Comida vegetariana é "até quatro vezes mais cara do que a tradicional"
A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor questiona o motivo pelo qual se justificam os preços mais elevados e considera que "os produtos vegetarianos e vegan não devem ser alvo de um custo discriminatório".
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Economia Alimentação
A comida vegetariana pode ser até quatro vezes mais cara do que a tradicional, de acordo com uma análise da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO). Por norma, os produtos com rótulos vegetarianos são "frequentemente mais caros".
"Os rótulos vegetarianos, com abundantes designações em inglês e ambição de conquista de mercado, são frequentemente mais caros. Comprámos mais de 50 produtos, de dez marcas. A diferença é substancial, nalguns casos nos antípodas, como demonstram os nossos cálculos, elaborados com base no custo por quilo no frente-a-frente entre versões vegetarianas e tradicionais de queijo fatiado, carne picada, hambúrgueres, almôndegas, douradinhos e salsichas", refere a DECO.
Contudo, a Associação questiona o motivo pelo qual se justificam os preços mais elevados e considera que "os produtos vegetarianos e vegan não devem ser alvo de um custo discriminatório".
"Na hora das compras, o preço é preponderante. Importa, pois, que estas refeições tenham um custo similar ao das tradicionais, para que funcionem, na prática, como alternativas", pode ler-se no mesmo comunicado.
A Associação adianta ainda que é nos queijos que se verifica uma diferença mais acentuada: "Os exemplos mais paradigmáticos são os do queijo flamengo, e do seu primo vegan, à base de gordura de coco, que, por quilo, custa 21,90 euros. Ou seja, mais 16 euros do que o correspondente tradicional".
Outro exemplo é o dos hambúrgueres vegetarianos, cujo preço também é mais elevado. "O da marca Continente, a 16,81 euros por quilo, exige mais 10 euros do que o similar no formato clássico", adianta a DECO.
Entre a população portuguesa, 2,1% não comem carne ou peixe, e 0,5% são vegan, de acordo com dados divulgados pela Associação. "O número de vegetarianos quadruplicou nos últimos dez anos. Dez por cento dos portugueses dos 25 aos 74 anos são flexitarianos, ou semivegetarianos, segundo um inquérito que realizámos entre abril e junho de 2019", refere a DECO.
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