Brasil reduz projeção do PIB e prevê inflação mais alta em 2021
O Brasil reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,30% para 5,10% neste ano e reviu em alta a inflação deste ano para 9,7% (antes projetava 7,9%), de acordo com um relatório divulgado hoje.
© Lusa
Economia PIB
As novas estimativas constam do último boletim macrofiscal do Ministério da Economia, que também reduziu a projeção de expansão do PIB em 2022 de 2,5%, calculada em setembro, para os atuais 2,1%.
O Governo brasileiro liderado pelo Presidente, Jair Bolsonaro, estima ainda que os preços subam 4,70% no próximo ano, percentual superior ao apurado em setembro, quando fixou o indicador em 3,75%.
As novas projeções são mais otimistas do que as do mercado financeiro, que espera crescimento de 4,88% em 2021 e de 0,93% em 2022, com inflação de 9,77% e 4,79% nesses dois anos.
O Ministério da Economia explicou no relatório que "a atividade económica desacelerou ao longo do terceiro trimestre de 2021", como consequência do "desempenho da indústria e do comércio", embora tenha sublinhado que a tendência de recuperação se manterá até ao final do ano.
No entanto, acrescentou que baixou as projeções macroeconómicas para 2021 e 2022 devido à "deterioração das condições financeiras locais" que levou a uma "subida mais intensa da curva de juros".
No cenário externo, o relatório do Governo brasileiro destacou os efeitos negativos da "quebra de cadeias globais que prejudicam a indústria e reduzem a sua produção por falta de consumíveis".
"Além de Brasil, China e alguns países europeus, há problemas de abastecimento da matriz energética", acrescentou o relatório.
Tudo isso, somado a uma maior demanda global, elevou os preços de forma generalizada, com destaque para energia, alimentos e metais industriais.
No caso do Brasil, a inflação está atualmente em 10,67% em 12 meses, o que obrigou o Banco Central a elevar os juros nos últimos meses para 7,75% ao ano.
A maior economia da América Latina ensaia neste ano uma recuperação após ter desabado 4,1% em 2020, a maior queda desde 1996, devido aos estragos causados ??pela pandemia do coronavírus.
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