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CIP recusa "sufocante" regresso ao passado na legislação laboral

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) considerou hoje que alguns dos projetos de alteração à lei laboral em discussão no parlamento são um "sufocante" regresso ao passado, defendendo que não se façam aprovações apressadas no atual contexto político.

CIP recusa "sufocante" regresso ao passado na legislação laboral
Notícias ao Minuto

16:13 - 16/11/21 por Lusa

Economia CIP

Ouvido na Comissão de Trabalho e Segurança Social, Nuno Biscaya, Departamento dos Assuntos Jurídicos e Sócio-Laborais da CIP observou o facto de estas alterações estarem a ser tratadas sem os parceiros sociais se terem pronunciado em Concertação Social.

A Comissão de Trabalho e Segurança Social está hoje a ouvir os parceiros sociais sobre várias iniciativas legislativas no âmbito da legislação laboral, nomeadamente um projeto do PCP que prevê limitações aos contratos a prazo, reduzindo as situações em que uma empresa pode recorrer à contratação a termo, bem como do número máximo de renovações destes contratos, e altera o período experimental, retomando os 90 dias em vigor até à alteração do Código do Trabalho produzida em 2019.

A audição de hoje tem também como objetivo discutir iniciativas do BE e do PCP sobre a reposição dos valores de pagamento do trabalho suplementar e o descanso compensatório e várias iniciativas legislativas sobre a alteração do regime de luto parental.

Centrando-se nos projetos do PCP e do BE sobre a reposição dos valores do pagamento às horas extra e descanso compensatório, o representante da CIP considerou que ambos "apontam para um regresso ao passado totalmente sufocante" e para um tempo a que a CIP "não quer decisivamente voltar".

Em 2012, com a alteração ao Código do Trabalho então produzida, os trabalhadores passaram a receber, por cada hora de trabalho suplementar, um acréscimo de 25% na primeira hora (em vez dos 50% até aí previstos) e de 37,5% nas seguintes (contra os anteriores 75%).

Em paralelo foi reduzida de 100% para 50% a majoração por cada hora de trabalho suplementar em dia feriado e a eliminação do descanso compensatório nos moldes até aí em vigor.

Em 2015, o corte de 50% no pagamento do trabalho suplementar, do trabalho em dia feriado ou em dia de descanso semanal foi revertido, mas apenas para as situações abrangidas pela contratação coletiva, solução que BE e PCP consideram não ser suficiente por deixar de fora muitos trabalhadores, defendendo a eliminação deste corte para todos.

Nuno Biscaya teceu também críticas ao projeto do PCP sobre o combate à precariedade laboral, classificando de "aberrantes" algumas das soluções defendidas para limitar a precariedade.

"Para evitarmos falsos recibos verdes vamos criar falsos contratos de trabalho e isto é que é uma aberração", precisou o representante da CIP.

Durante a audição, o PS salientou a preocupação de combate à precariedade prevista na Agenda para o Trabalho Digno, aprovada pelo Governo, enquanto o PSD e o CDS-PP salientaram a necessidade de as mudanças à lei laboral serem discutidas previamente pelos parceiros sociais.

Em resposta a Nuno Biscaya, o PCP acentuou que "aberrante é a realidade precária" de centenas de milhares de trabalhadores e do impacto que isto tem nas suas vidas e rendimentos.

Relativamente às várias iniciativas sobre o luto parental que na sua generalidade propõem o alargamento do período de luto dos atuais cinco dias para 20 dias, Nuno Biscaya acentuou a sensibilidade da questão, mas alertou que esta mudança poderá acentuar o conjunto de constrangimentos que as empresas ainda atravessam devido à pandemia e sugeriu a realização de um estudo prévio sobre os impactos da medida.

Para o representante a CIP, perante a dissolução próxima do parlamento e a realização de eleições antecipadas, todas estas iniciativas deveriam esperar pela próxima legislatura.

"A dissolução a breve prazo do parlamento deve levar a que estes projetos não sejam discutidos e aprovados de forma apressada devendo esperar-se da próxima legislatura", referiu, depois de notar que estas são matérias que devem ser tratadas e discutidas em sede de Concertação Social.

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