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Concorrente contesta exclusão em concurso para ponte do Metro do Porto

Os autores de um projeto para nova ponte do Metro do Porto contestam a exclusão da sua candidatura que propunha uma estrutura suspensa, criticando o mimetismo da solução em arco de betão idêntica à da Ponte da Arrábida.

Concorrente contesta exclusão em concurso para ponte do Metro do Porto
Notícias ao Minuto

18:50 - 28/10/21 por Lusa

Economia Porto

Num documento a que a Lusa teve hoje acesso, a equipa de conceção, representada pelo arquiteto Joaquim Massena, autor de um projeto de requalificação para o Mercado do Bolhão, solicita a revogação da decisão do júri de excluir sua candidatura com base em questões "formais e sanáveis, que não se coadunam com as exigências, importância e grandiosidade do projeto em causa".

Expressando a sua indignação, os autores consideram que se "deu benefício e prevalência da forma, em detrimento do que é verdadeiramente essencial num qualquer projeto: a sua substância".

"Pedimos que a nossa proposta seja avaliada (...). Alguém que participa num concurso de relevo internacional, com fundos europeus e nacionais, não pode ser posto de lado apenas porque há um erro de escrita de um programa, quando era evidente que foi um erro", lamentou Joaquim Massena, responsável pela coordenação e conceção, em declarações à Lusa.

De acordo com o arquiteto, o fundamento de exclusão da proposta apresentada pela equipa que representa, foi a suposta ultrapassagem do prazo máximo de 1100 dias para execução da obra.

Para o projeto da ponte suspensa foram contabilizados 1019 dias seguidos, contudo, por defeito, os programas informáticos estão formatos para atribuir dias úteis aos trabalhos previstos. Lapso que, segundo Joaquim Massena, teria sido resolvido com um simples pedido de esclarecimento por parte do júri, que, diz, nem avaliou a proposta.

O Atelier Arquitectos Joaquim Massena Lda. apresentou a concurso um projeto de uma ponte suspensa com múltiplas dimensões onde se inclui, na base, do lado do Porto, um espaço dedicado ao conhecimento e às universidades e do lado de Vila Nova de Gaia um outro dedicado ao Vinho do Porto.

O projeto prevê ainda, no coroamento, dois espaços com cerca de 250 metros em cada um dos lados do pilar, para observação nas áreas das comunicações e da astronomia e um elevador panorâmico, possibilitando ainda a prática de desportos radicais. Numa fase inicial, antes dos esclarecimentos do júri, previa ainda um tabuleiro para ciclovia e pedonal.

Este projeto, tal como foi concebido, refere Joaquim Massena, vai ao encontro das preocupações que têm sido levantadas pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), que contestou, na segunda-feira, "propostas gravosas" apresentadas para a nova ponte de metro sobre o Douro, evocando "questões de defesa da paisagem e salvaguarda patrimonial".

"Do lado da Universidade [do Porto], naquilo que devia ser um espaço de lazer, de encontro, vai ter ali um mamarracho de um viaduto com mínimo de 10 metros de altura (...) desnecessário, quando se pode fazer em túnel", lamentou.

O arquiteto critica ainda a escolha do projeto vencedor onde é mimetizado o arco da Ponte da Arrábida, e salienta que a proposta, de custo superior à da sua equipa, incumpre o caderno de encargos ao prever uma construção no rio, ainda que provisória.

"Fazer uma repetição de um arco da Ponte da Arrábida é um exercício que me parece de todo incrível", afirmou, acrescentando que "o arco tem uma presença física que vai naturalmente anular a ponte que está classificada.

"O Metro [do Porto] não é responsável por aquilo que o júri decide, mas é responsável pela adjudicação. Não pode, ou não deverá fazer alguma adjudicação que possa eventual ferir aquilo que são as condições do caderno de encargos", rematou.

A Lusa questionou a Metro do Porto, mas até ao momento sem sucesso.

O júri do concurso atribuiu o primeiro lugar ao consórcio liderado por Edgar Cardoso: Laboratório de Estruturas que propõe uma solução tipo pórtico com escoras inclinadas, com betão como principal material e uma altura superior à da Ponte da Arrábida.

Já o segundo lugar foi atribuído ao projeto do consórcio liderado pela COBA, que apresenta uma solução de arco com tabuleiro a nível intermédio, com pilares de betão armado nas encostas e pilares metálicos sobre o arco.

O terceiro lugar foi atribuído ao consórcio liderado pela Betar -- Consultores, cujo projeto assenta numa solução de pórtico de pilares inclinados e assimétricos nas margens, com o tabuleiro a ser constituído por aço e betão e os pilares e encontros em betão armado.

Leia Também: Obras do Metro do Porto condicionam trânsito na Avenida de França

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