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Entregue providência cautelar para travar extinção da Sinaga nos Açores

O grupo de cidadãos "Santa Clara - Vida Nova" anunciou hoje que entregou uma providência cautelar para travar "todas as ações de desmantelamento" da fábrica da Sinaga, em Ponta Delgada, que foi extinta pelo Governo dos Açores.

Entregue providência cautelar para travar extinção da Sinaga nos Açores
Notícias ao Minuto

21:03 - 27/10/21 por Lusa

Economia Sinaga

Em conferência de imprensa realizada no Centro Cívico e Cultural de Santa Clara, o porta-voz do grupo, Luís Cabral, afirmou que o movimento entregou na terça-feira "uma providência cautelar que visa suspender todas as ações de desmantelamento em curso do património da fábrica" da ex-açucareira Sinaga.

O objetivo da ação, acrescentou, é assegurar a "salvaguarda do patrimonial da fábrica e o aproveitamento condizente dos terrenos, da maquinaria e do edificado que a compõem integralmente".

O grupo de cidadãos "Santa Clara -- Vida Nova" lidera a junta daquela freguesia de Ponta Delgada há 16 anos.

Segundo Luís Cabral, ex-presidente daquela autarquia, a providência cautelar conta com "perto de uma centena de autores", entre os quais José António Soares Mota Amaral (antigo administrador da Sinaga), o arquiteto António Soares de Sousa e o historiador Mário Moura.

"Esta providência conta com perto de uma centena de autores representativos da sociedade açoriana dos vários concelhos da ilha de São Miguel, de diversas ilhas e também da diáspora", reforçou.

Luís Cabral criticou a incoerência do Governo Regional (PSD, CDS-PP, PPM) sobre o assunto e afirmou que o "desmantelamento em curso" é "desregrado e dilapidador de valores com relevante interesse histórico e cultural".

"O processo de desmantelamento sistemático e do património da fábrica começou a decorrer sem que tivesse sido ainda decretado a extinção da empresa, nem devidamente clarificado os seus objetivos", apontou.

"Além do espaço museológico", o grupo de cidadãos defendeu que os terrenos da açucareira extinta tenham "utilidade pública" propondo, por exemplo, a criação de "habitação a preços acessíveis" ou de uma central de camionagem.

Na ocasião, João Pacheco de Melo, membro do grupo de cidadãos, enalteceu a importância histórica daquela fábrica.

"Não é o encerramento da fábrica nem a sua liquidação que está em causa. O que é importante saber, e é o que não está esclarecido, é quem está a fazer dinheiro com isso", disse, referindo-se ao "desmantelamento" do recheio.

Pacheco de Melo, que é também presidente da Assembleia de Freguesia de Santa Clara, sugeriu que aquele espaço foi "concessionado a alguém", que "vende como sucata" parte do património.

"Os avisos foram feitos e o mais importante deles todos, já tentando antes e conseguido mais recentemente, foi feito exatamente ao atual presidente do Governo [Regional]", revelou.

A 09 de outubro, foi revelado que centenas de objetos da extinta açucareira SINAGA, foram acolhidos no Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada, e os técnicos estão a estudar a preservação do património industrial difícil de transportar devido à dimensão.

Pacheco de Melo realçou que não estão em causa alguns dos objetos que foram levados para o Museu Carlos Machado, mas antes "equipamentos seculares, alguns deles que eram o coração da empresa" e que foram "retalhados" ou "desapareceram".

A Fábrica do Açúcar foi instalada na freguesia de Santa Clara em 1906, tendo sido comprada pela Sinaga em 1969.

A extinção da antiga açucareira, na qual o Governo Regional tinha uma participação de 51% desde 2010, e a integração dos seus 51 trabalhadores na administração pública regional foram aprovadas a 28 de setembro na Assembleia Regional.

Leia Também: Açores prevê soluções públicas e privadas para terrenos da Sinaga

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