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Nomad Tech? "Percebe-se que é uma tentativa de denegrir a minha imagem"

O ex-presidente da CP, Nuno Freitas, insurgiu-se hoje no parlamento contra a "tentativa de denegrir" a sua imagem devido à participação acionista que tem na tecnológica Nomad Tech, uma das empresas fornecedoras da transportadora ferroviária.

Nomad Tech? "Percebe-se que é uma tentativa de denegrir a minha imagem"
Notícias ao Minuto

16:00 - 20/10/21 por Lusa

Economia CP

"Percebe-se que é um tema sensível, percebe-se que é uma tentativa de denegrir a minha imagem", afirmou Nuno Freitas durante uma audição parlamentar na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, onde foi esclarecer a sua decisão de sair da presidência da CP no final do passado mês de setembro, três meses antes do final do mandato.

As declarações do ex-presidente da CP foram feitas na sequência da intervenção do deputado do PSD Carlos Silva, que, referindo a participação de 7% de Nuno Freitas na Nomad Tech, apontou os "negócios avultados", nomeadamente por ajuste direto, celebrados entre as duas empresas.

Garantindo que "nunca fez nenhuma adjudicação à Nomad Tech", porque "o presidente do Conselho de Administração [da CP] não faz adjudicações, quem faz adjudicações à Nomad Tech é a CP", Nuno Freitas recordou que sua participação no capital da empresa tecnológica, especializada em soluções para a ferrovia, "é sobejamente conhecida" e assumiu-se "um bocado incomodado com as insinuações que vêm de diversos lados" sobre esta questão.

"Aliás, eu recusei aquela habilidade típica nestas circunstâncias de vender as minhas quotas a alguém e depois ir recuperá-las a seguir, como fui aconselhado várias vezes a fazer. Mas não fiz, porque não tenho rigorosamente nada a esconder", disse.

Segundo salientou, antes de assumir a presidência da CP fez "questão de realçar esta particularidade" [de ser acionista da Nomad Tech] e de "expor" a sua "situação profissional" ao ministro da tutela, que "analisou os estatutos da CP, os estatutos do gestor público e o regime de incompatibilidades e impedimentos de titulares de cargos políticos e altos cargos públicos e não encontrou nenhuma situação que fosse alvo de incompatibilidade ou irregularidade".

Ainda assim, frisou, e "apesar de não existir qualquer razão legal" que o "impedisse de estar presente nas decisões de contratação", Nuno Freitas garante que sempre fez "questão" de se "ausentar quando o assunto envolvia a Nomad Tech": "Eu saí em todas as reuniões e ocasiões que envolveram a Nomatech e não só, também potenciais concorrentes da Nomad Tech", assegurou.

Nuno Freitas recusou ser "acionista de referência" da empresa tecnológica e relembrou que "a CP tem 35% da Nomad Tech", uma posição "cinco vezes maior" do que os seus 7%.

Já relativamente a Pedro Moreira, até agora vice-presidente da CP, entretanto apontado para a liderança da empresa ferroviária e que é, simultaneamente, gerente da Nomad Tech, Nuno Freitas explicou que tal acontece precisamente "porque a CP tem 35%" da empresa e, "normalmente, é sempre um membro do Conselho de Administração da CP que está na gestão da Nomad Tech, precisamente pelas questões do estatuto de gestor público".

No que se refere à mais recente adjudicação da CP à Nomad Tech, feita por ajuste direto, o ex-presidente da CP esclareceu que os módulos em causa "já tinham sido adquiridos, por ajuste direto, à Nomad Tech pelos dois conselhos de administração" que o antecederam.

"Parece que querem que isto seja uma novidade, mas isto não é nenhuma novidade", garantiu.

Nuno Freitas explicou que "estas adjudicações diretas - que são diversas, na CP, principalmente nos temas relacionados com o material circulante, porque são coisas muito específicas - não são tomadas pelo presidente do Conselho de Administração, são tomadas pelo Conselho de Administração e são suportadas pelos pareceres das direções de compras, de engenharia e jurídica".

"Todos estes processos não são feitos às escondidas, como parece haver essa insinuação por diversas vezes, em diversos momentos. Todos estes concursos e estes processos de adjudicação são registados em plataformas públicas [...] e, além disso, seguem o Código de Contratação Pública ou um normativo interno de contratação, quando aplicável. E, acima disto tudo, todos estes processos são auditáveis e são auditados", sustentou.

Nuno Freitas recordou que "os problemas que a CP tem" com os módulos em causa "são os mesmos com que se debate desde que o fabricante informou que esta tecnologia está descontinuada, já lá vão uns 10 anos".

"A CP, nessa altura, tinha quatro hipóteses: Podia começar a parar a linha de Sintra [...] e começar a canibalizar veículos para manter a frota a andar; podia substituir as cadeias de tração completas das automotoras de Sintra, com custos estimados acima de 100 milhões de euros, entregando ao fabricante; tinha uma terceira hipótese, de reparar os módulos (velhos) existentes com custos exorbitantes e uma reduzida fiabilidade; e a quarta solução era comprar um módulo desenvolvido pela Nomad Tech, em Portugal, por um terço do valor de reparar os módulos velhos", explicou.

Adicionalmente, referiu, "estes módulos poupam cerca de 10% da energia consumida pelo sistema de tração".

Leia Também: Sindicato manifesta "desagrado" ao Governo com andamento na Dielmar

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