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Transição energética é "demasiado lenta", avisa Agência Internacional

A Agência Internacional da Energia (AIE) considerou hoje que o mundo vai sofrer com o aquecimento global, mas também com "turbulências" no abastecimento energético, se não investir mais rapidamente em energias limpas.

Transição energética é "demasiado lenta", avisa Agência Internacional
Notícias ao Minuto

08:59 - 13/10/21 por Lusa

Economia AIE

No relatório anual, publicado duas semanas antes da abertura da Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP26), em novembro, em Glasgow, na Escócia, a agência emitiu "avisos sérios sobre a direção que o mundo está a tomar".

Apontando que está a surgir uma "nova economia" no mercado da energia, a agência lamentou que o progresso seja contrariado pela "resistência do 'status quo' e dos combustíveis fósseis", com o petróleo, gás e carvão a representarem ainda 80% do consumo final de energia e a serem responsáveis por três quartos das alterações climáticas.

Atualmente, os compromissos climáticos dos governos, se cumpridos, só permitirão atingir 20% das reduções de emissões de gases com efeito de estufa, necessárias para manter o aquecimento global sob controlo até 2030.

"Os investimentos em projetos de energia descarbonizada terão de triplicar nos próximos 10 anos para se conseguir a neutralidade de carbono até 2050", apontou o diretor da AIE, Fatih Birol.

"Se conseguirmos atingir a neutralidade de carbono até 2050, 2,2 milhões de mortes prematuras por poluição atmosférica poderão ser evitadas até 2030, 40% menos do que atualmente. Noutros cenários, irão aumentar", adverte-se no documento.

A AIE, que faz parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), apresentou três cenários para o futuro: o das atuais políticas de redução de emissões efetivamente implementadas pelos governos; o dos compromissos de redução assumidos; e o que permite atingir a neutralidade de carbono em 2050, já tornado público pela AIE em maio.

No primeiro cenário - o mais pessimista - a temperatura global aumentará 2,6 graus Celsius em 2100 em comparação com a era pré-industrial; no segundo, 2,1 graus; e apenas no terceiro será limitada a 1,5 graus.

O terceira cenário, atingindo a neutralidade de carbono até 2050, "exigirá grandes esforços, mas oferece benefícios consideráveis, tanto para a saúde como para o desenvolvimento económico", afirmou a AIE.

A agência acredita que é necessário um aumento do investimento de cerca de 4 biliões de dólares por ano até 2030 em projetos e infra-estruturas de energia limpa para atingir o objetivo da neutralidade de carbono até 2050.

O financiamento adicional necessário para esse objetivo "é menos oneroso do que parece", acrescentou a agência. Segundo a AIE, 40% das reduções das emissões "pagam-se por si próprias", através da eficiência energética, da luta contra as fugas de metano ou de parques solares ou eólicos.

A AIE salientou também que o atual défice de investimento afeta não só o clima, mas também os preços e a oferta, garantindo "turbulências" como as que o mundo está atualmente a sofrer, com as tensões sobre os combustíveis fósseis.

Nos últimos anos, a depreciação dos preços do petróleo e do gás limitaram o investimento no setor, mas a transição para a energia limpa é demasiado lenta para satisfazer a procura, considerou a AIE.

"Há um risco de turbulência crescente nos mercados globais de energia", disse Birol. "Não estamos a investir o suficiente para satisfazer necessidades futuras, e estas incertezas estão a preparar-nos para um período volátil", disse.

"A forma de responder é clara: investir de forma rápida e maciça em energia limpa" para satisfazer as necessidades, tanto a curto como a longo prazo, acrescentou.

Caso contrário, "o risco de volatilidade desestabilizadora tenderá a aumentar", pode ler-se no relatório, que salienta a importância de uma transição "acessível a todos os cidadãos".

"Está a surgir uma nova economia energética, com potencial para criar milhões de empregos", disse Fatih Birol, que apelou aos líderes que participam na COP26 para "fazerem a sua parte, fazendo da década de 2020 a década da implantação maciça da energia descarbonizada".

Leia Também: Estratégias para transição energética diferem, Portugal podia antecipar

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