Integração de trabalhadores de limpeza na IP e CP "merece reflexão"
O ministro das Infraestruturas admitiu hoje que a integração na CP e IP de trabalhadores da limpeza de estações e comboios, garantidas por 'outsourcing', "merece reflexão", embora seja de "difícil resolução".
© Getty Imagens
Economia Pedro Nuno Santos
"A questão que o PCP levanta no requerimento para esta audição é uma questão de fundo que merece reflexão, [...] embora seja de difícil resolução, pelo menos vai ser para nós de difícil resolução, na medida em que estamos a falar de 500 trabalhadores no caso da IP [Infraestruturas de Portugal] e de 600 no caso da CP", afirmou Pedro Nuno Santos, que foi ouvido no parlamento, por requerimento daquele partido, acerca dos salários em atraso nos trabalhadores que asseguram a limpeza dos comboios e das estações ferroviárias.
Os trabalhadores da Ambiente e Jardim, que limpam os comboios e as estações, levaram a cabo uma greve em setembro, contra a falta de pagamento dos salários de julho e agosto por parte da empresa de limpeza industrial.
A CP rescindiu o contrato de limpeza de comboios e instalações com a Ambiente e Jardim e lançou de imediato uma consulta para a contratação urgente de outra empresa de prestação de serviços de limpeza, o que pôs fim à greve.
Os salários de agosto já foram pagos, estando o problema circunscrito aos de julho, uma vez que a conta para a qual as empresas transferem o pagamento dos serviços prestados está arrestada, por ordem do tribunal, mas o ministro acredita que a questão seja regularizada "nos próximos meses".
Foi ainda feito um adiantamento dos salários de setembro, "para os casos de maior necessidade", mas o PCP disse ter recebido denúncias de estarem a ser excluídos os trabalhadores que aderiram à greve.
Pedro Nuno Santos garantiu que as administrações da CP e da IP "levam muito a sério o direito destes trabalhadores e vão assegurar que os seus direitos sejam pagos nos próximos tempos".
Questionado sobre a hipótese de integração dos trabalhadores da limpeza dos comboios e estações nos quadros daquelas empresas, Pedro Nuno Santos admitiu que o 'outsourcing' nas empresas públicas pode ter sido levado "longe demais" e "pode até, do ponto de vista prático, nem ser a melhor solução".
"Não quero estar a diabolizar as empresas de 'outsourcing', mas podemos ter ido todos um bocado longe de mais. [...] Eu não tenho a certeza do que vou dizer, mas arrisco [dizer] que o 'outsourcing' possa ter aliviado os custos que as entidades e o Estado e as empresas enfrentam", disse o governante, ressalvando que, ainda assim, "isso não justifica".
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