FMI/Previsões: Guiné Equatorial cresce pela primeira vez desde 2014
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a Guiné Equatorial registe um crescimento positivo da economia pela primeira vez desde 2014, com uma expansão de 4,1%, mas nos próximos dois anos vai novamente cair.
© Lusa
Economia Guiné
De acordo com as Previsões Económicas Mundiais, hoje divulgadas no âmbito dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, que decorrem esta semana, o mais recente país membro da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP) vai registar um crescimento positivo este ano, de 4,1%, mas deverá voltar ao 'vermelho' nos dois anos seguintes.
Segundo o FMI, a economia da Guiné Equatorial vai registar crescimentos negativos de 5,6 e 2,1% do PIB em 2022 e 2023, respetivamente.
O Fundo não apresenta as razões que levam a prever que este ano o crescimento será negativo, já que o relatório é de âmbito mundial, e será preciso esperar pela próxima semana para que seja divulgado o relatório sobre as Perspetivas Económicas Africanas, nas quais os dados são mais pormenorizados.
A Guiné Equatorial e o FMI acordaram em dezembro de 2019 um programa de auxílio financeiro que garantia ao país a entrega de 282,8 milhões de dólares (240 milhões de euros) em troca de reformas estruturais e combate à corrupção, mas, desta verba, apenas uma tranche inicial de 40 milhões de dólares (34 milhões de euros) foi entregue, logo em dezembro.
Durante todo o ano passado, o programa esteve suspenso devido à pandemia, mas vários analistas e organizações internacionais têm apontado que a verdadeira razão para a suspensão dos desembolsos foi a manutenção do clima de corrupção que é percecionado como generalizado no mais recente país da lusofonia.
Em setembro, o FMI aprovou uma ajuda de emergência (RFI, na sigla em inglês) no valor de 67,3 milhões de dólares (57,3 milhões de euros) para o país lidar com as consequências da pandemia e das explosões em Bata, que elevaram as necessidades de financiamento na Guiné Equatorial em 625 milhões de dólares, disse à Lusa a chefe de missão do FMI neste país da CPLP.
"A pandemia de covid-19 e as explosões em Bata [na parte continental do país, em março] infligiram graves danos à economia da Guiné Equatorial e aumentaram as necessidades de financiamento externo na balança de pagamento em mais cerca de 625 milhões de dólares [533 milhões de euros], o que representa 5% do PIB, relativamente ao Programa de Financiamento Ampliado [EFF, na sigla em inglês], entre 2021 e 2022", disse Mariana Colacelli em meados de setembro.
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