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Apritel critica proposta da Anacom sobre tarifa social de Internet

A associação dos operadores de comunicações Apritel afirmou hoje que a decisão da Anacom sobre a tarifa social de Internet "triplica os requisitos apresentados na consulta pública", afastando "Portugal da média europeia", mas espera que "Governo corrija esta atuação".

Apritel critica proposta da Anacom sobre tarifa social de Internet
Notícias ao Minuto

14:20 - 01/10/21 por Lusa

Economia Internet

A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) propõe ao Governo a aplicação de uma mensalidade de cinco euros (6,15 euros com IVA à taxa de 23%) para o serviço de acesso à Internet em banda larga. Na decisão final aprovada esta semana, o regulador aumentou o valor mínimo de tráfego mensal da oferta da tarifa social de acesso à Internet de banda larga, de 12 GB para 30 GB.

Em comunicado, a associação dos operadores de comunicações eletrónicas Apritel salienta que as decisões da Anacom sobre a tarifa social de Internet (TSI) "penalizam o setor e são de duvidosa legalidade face à falta de fundamentação apresentada e às diferenças abissais entre as propostas colocadas em consulta e as decisões adotadas".

A Anacom "decidiu impor um 'plafond' mensal de 30 GB quando a sua proposta inicial era de 12 GB e, além de não ter apresentado fundamentação que sustente tal alteração, tem vindo a apresentar argumentos contrários ao cabimento de tal 'plafond' no âmbito da TSI", critica a Apritel.

A associação aponta que, "apesar de a TSI ser uma oferta que visa suprir necessidades muito específicas e básicas de acesso à Internet, a Anacom está a impor que a TSI tenha um 'plafond' mensal que vai muito além daquilo que é comum nas ofertas comerciais, em particular nas redes móveis".

E exemplifica: "É a própria Anacom que refere que nas ofertas de acesso à Internet em banda larga móvel a maioria dos subscritores [se concentra] nos escalões de tráfego de 3 a 10 GB ou inferiores e mesmo para novas adesões as ofertas incluem um 'plafond' mensal de tráfego entre 15 GB e 30 GB".

Além disso, num relatório recente, a "Anacom concluiu que o consumo médio mensal da Internet móvel se situa em 5,5 GB, ou seja, cerca seis vezes menos" do que o regulador propõe para a taxa social de Internet, a qual, "tendo mérito enquanto medida de inclusão digital e social, está vocacionada para suprir necessidades básicas de acesso à Internet".

Acresce que o regulador "decidiu também triplicar a exigência nos débitos da TSI passando de 10 Mb e 1 MB para 30 MB e 3 Mb, nas velocidades de 'download' e 'upload', respetivamente", os quais "afastam-se largamente do 'benchmarking' [referência] europeu, uma vez que na maioria dos países a velocidade de 'download' está abaixo dos 5 Mb e a velocidade de 'upload' não é especificada ou é igual ou inferior a 1 Mb".

A Apritel "espera que o Governo corrija esta atuação da Anacom definindo condições da TSI que compatibilizem os objetivos de inclusão digital e minimizem as distorções de mercado e impedindo que a TSI constitua uma penalização absolutamente desproporcional e desmedida para o setor das comunicações eletrónicas".

A entidade que representa os operadores sublinha ainda que, "apesar de ter triplicado os requisitos da oferta", a Anacom manteve o preço da mensalidade de cinco euros mais IVA e um valor para equipamentos de 21,45 euros mais IVA.

"Estes valores têm implícito um desconto que se aproxima de 70% face aos preços de mercado mais acessíveis, enquanto o desconto subjacente às tarifas sociais de outros setores se situa em redor dos 30%", sendo que o "desequilíbrio que já estava presente nas propostas iniciais é agora agravado pelo facto de a Anacom ter triplicado os requisitos da oferta - velocidade e 'plafond' - sem qualquer ajustamento do preço a pagar pelo utilizador", o que é "incompreensível".

Na quinta-feira, o Ministério da Economia confirmou à Lusa que já tinha recebido a proposta da Anacom sobre a tarifa social de Internet, estando "em fase de apreciação para decisão final" pelo Governo, "que poderá, ou não, seguir os termos" da mesma.

A tarifa social de Internet "será disponibilizada por todas as empresas que oferecem este tipo de serviço a consumidores com baixos rendimentos ou com necessidades sociais especiais e visa mitigar uma das barreiras à utilização do serviço de acesso à Internet em banda larga, os elevados preços a pagar pelo acesso ao mesmo, promovendo a sua utilização", referiu o regulador na quarta-feira, em comunicado.

O universo potencial "de beneficiários da tarifa social de acesso à Internet em banda larga é na ordem das 800 mil pessoas e estará disperso por todo o território nacional, podendo o número de beneficiários efetivos ser inferior ao referido", segundo a Anacom.

Leia Também: Aprovada proposta do CDS para conta-corrente entre contribuintes e Estado

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