Esta é a primeira vez que a instituição financeira faz uma emissão de obrigações sociais.
Segundo dados compilados pela Bloomberg, a nível global, o setor bancário ganhou cerca de 3,6 mil milhões de dólares (cerca de três mil milhões de euros) este ano com a emissão de obrigações no segmento de desenvolvimento verde, social ou sustentável para empresas, governos e outras organizações.
A agência revelou ainda que, só este ano, foram emitidos 750 mil milhões de dólares em obrigações no segmento ESG (Ambiente, Social e Governo Corporativo), acima dos 468 mil milhões de dólares registados ao longo de 2020.
Num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o BCP adiantou que a emissão, no montante de 500 milhões de euros, "terá um prazo de 6,5 anos, com opção de reembolso antecipado pelo banco no final de 5,5 anos".
Por sua vez, o preço de emissão será de 99,527% e a taxa de ocupação está fixada em 1,75% ao ano, durante os primeiros 5,5 anos.
A partir daí, a taxa de juro vai resultar da soma da Euribor a três meses com um spread de 2%.
"Esta será a primeira emissão realizada pelo Banco no segmento ESG (Environmental, Social and Governance), tendo como enfoque a componente social. Assim, um montante equivalente ao produto líquido da emissão será aplicado prioritariamente no financiamento e/ou refinanciamento dos empréstimos concedidos pelo Banco ao abrigo das linhas Covid-19", indicou.
A instituição liderada por Miguel Maya disse ainda que esta emissão está inserida no plano de financiamento, tendo em vista o cumprimento dos requisitos MREL ('Minimum Requirements for Own Fund and Eligible Liabilities') e da estratégia de reforço da sua presença nos mercados de capitais.
Esta operação seguiu-se a um 'roadshow' e foi colocada num conjunto de investidores institucionais europeus.
Na sessão de hoje da bolsa, as ações do BCP subiram 0,73% para 0,15 euros.