Regresso às feiras de têxtil e vestuário em Paris supera expectativas
O ano de 2021 posiciona-se melhor do que 2019 para as empresas do setor do têxtil e vestuário nacional que esta semana voltaram a mostrar-se no salão Première Vision, em Paris.
© iStock
Economia Empresas portuguesas
"As empresas, em geral, vão-nos dizendo que este ano vai ser melhor do que 2019. Olhando para o setor dos bens em geral em 2021, mas particularmente no setor têxtil e do vestuário, vamos ter um ano que ultrapassa a grande queda de 2020", afirmou em declarações à agência Lusa o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, que hoje visitou a Première Vision, na capital francesa.
De Portugal participam 50 empresas nesta grande feira que dita as tendências da moda já para 2022 e 2023, em termos de materiais e silhuetas, mas também acessórios e peles. Após um ano de pandemia difícil para o setor, esta apresentação está a superar as expectativas.
"A feira está a correr muito bem, ultrapassou as expectativas. Nós nunca pensámos que tivesse tantos visitantes, mas acreditávamos que as pessoas estavam ansiosas para vir tocar nos tecidos e poder ver a inovação que foi feita durante a pandemia", disse César Araújo, presidente da Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção (APIV).
Num lugar de destaque num dos pavilhões desta mostra, os materiais e o 'design' português mostraram todas as suas potencialidades com criações de estilistas nacionais e materiais sustentáveis que querem entrar nas passarelas em todo o mundo.
"A sustentabilidade é como a qualidade há alguns anos. Acaba por ser a única forma de continuar os negócios, com as questões sociais e ambientais a serem muito importantes. Há pressão por parte dos clientes e das marcas que procuram países onde a produção é feita de forma responsável", explicou Ana Tavares, coordenadora da Agenda Estratégica para a Sustentabilidade no CITEVE, centro de investigação têxtil em Vila Nova de Famalicão.
Mesmo sem muitos dos visitantes americanos e asiáticos que costumavam acorrer a esta mostra, César Araújo defende que uma feira com mais europeus não prejudica Portugal.
"A Europa é o nosso mercado doméstico, a partir daí queremos explorar outros mercados, mas desde que tenham como princípios a sustentabilidade ambiental e social", defendeu.
Para Eurico Brilhante Dias, o interesse por Portugal nos mercados internacionais continuou em tempos de covid-19 e a forma como país lidou com a pandemia favoreceu mesmo a imagem dos produtos nacionais.
Questionado pelos jornalistas sobre o desempenho da marca 'Made in Portugal', o secretário de Estado afirmou: "Vou dizer uma coisa que talvez não seja politicamente correta. Nós ganhámos com o covid. E ganhámos porquê? Porque Portugal foi um país que tendo as suas dificuldades, enfrentou a covid-19 com êxito. Faleceram pessoas e muitas pessoas passaram muito mal, mas Portugal mostrou-se um país muito organizado que enfrentou uma realidade muito disruptiva com sucesso", declarou o governante.
O salão de vestuário e têxtil Première Vision termina hoje na capital francesa, tendo reunido 900 expositores, de 40 nacionalidades.
Leia Também: Empresas do têxtil português regressam "em força" a Paris
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com