A operação de concentração, segundo a decisão de não oposição, que foi tomada na quarta-feira pelo Conselho de Administração da AdC, "não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência efetiva no território ou em parte substancial deste", diz o regulador no aviso publicado na sua página de internet.
A operação consiste na aquisição, pela empresa Teak Capital, holding pessoal de Carlos Moreira da Silva, e pela empresa Tangor Capital, da família Silva Domingues, do controlo conjunto da Cerealis e participadas, mantendo o grupo em mãos portuguesas.
A Tangor Capital é uma sociedade de investimentos nos setores industriais, financeiro, imobiliário e da educação, segundo o aviso, enquanto a Teak Capital é uma empresa holding de investimento nos setores industriais, financeiro, imobiliário, da educação e da saúde.
A Cerealis é uma empresa de indústria cerealífera, nomeadamente de moagem de cereais, produção de massas alimentícias, bolachas e flocos de cereais, e comércio, distribuição, exportação e importação de cereais e produtos derivados, além de serviços no âmbito da comercialização e distribuição daqueles produtos.
A Cerealis, cuja mudança de donos foi comunicada em agosto, em comunicado divulgado, foi fundada em 1919 e contou com três gerações das famílias Amorim e Lage, ao longo de um século, a desenvolver o grupo.
Com fábricas na Maia, Porto, Trofa, Coimbra e Lisboa, e ainda uma participação de 33,3% na Europasta, empresa de massas alimentícias com sede na República Checa, a Cerealis detém as marcas Milaneza, Nacional, Harmonia e Concordia.
Há três anos, em julho de 2018, a Ceralis anunciou a conclusão da ampliação da fábrica de cereais de Trofa, distrito do Porto, que passou a ter uma capacidade de produção de 90 toneladas por dia.
Na altura, o grupo empregava, no total, cerca de 700 colaboradores, transformava mais de 480 mil toneladas de cereais por ano, tinha mais de três mil clientes e estava representado em todos os continentes.
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