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OCDE alerta que recuperação fraca na UE ameaçará coesão do bloco

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) alertou hoje para a possibilidade de uma recuperação económica fraca na União Europeia (UE) ameaçar a coesão no bloco de países.

OCDE alerta que recuperação fraca na UE ameaçará coesão do bloco
Notícias ao Minuto

14:08 - 10/09/21 por Lusa

Economia OCDE

"Uma fraca recuperação poderá ameaçar a coesão na UE", assinala a organização internacional sediada em Paris, advertindo que "uma recuperação ténue aumentaria as desigualdades, fomentando o descontentamento e danificando a confiança na UE" depois da pandemia de covid-19.

Estes alertas estão presentes no Inquérito Económico da OCDE sobre a União Europeia, em que a instituição liderada por Mathias Cormann prevê um crescimento económico de 4,2% este ano, abaixo das previsões do Banco Central Europeu (BCE) e da Comissão Europeia (CE).

"A crise poderá deixar cicatrizes e reabrir velhas feridas. O impacto desproporcional da crise nos setores dos serviços com grande parte de emprego pouco qualificado poderá aumentar a desigualdade e a pobreza", refere a OCDE no documento.

A instituição multilateral alerta também que do ponto de vista financeiro, "o crescente crédito malparado poderá ameaçar a estabilidade financeira e abrandar a saída de empresas ineficientes, dificultando a realocação de recursos e o crescimento".

A OCDE assinala também que "o impacto territorial assimétrico pode agravar divergências regionais por toda a UE, como por exemplo alargar a diferença entre as grandes cidades e zonas rurais".

Neste campo, a instituição lembra que "as economias do sul da UE, parcialmente devido à sua maior dependência do turismo e em muito pequenas empresas, registaram as maiores quedas do PIB [Produto Interno Bruto] em 2020".

Para a recuperação, a OCDE refere que os programas Next Generation EU e o orçamento comunitário de 2021-2017 "têm o potencial de tornar a digitalização, a transição 'verde' [ecológica] e a globalização em oportunidades para aumentar o crescimento potencial e abordar as desigualdades regionais".

Aqui, a OCDE alerta especificamente que sem políticas dedicadas, a digitalização "poderá piorar as divergências regionais, com maior concentração espacial do crescimento e da criação de empregos".

Já no campo da neutralidade carbónica, sem políticas, esta poderia "desproporcionalmente causar dano a regiões altamente dependentes da extração de carvão e de indústrias intensivas" no que às emissões de dióxido de carbono diz respeito.

Assim, a OCDE considera que a União Europeia "pode coordenar melhor o investimento 'verde' e ajustar a sua política de concorrência a novos desafios", fomentando o investimento e a conectividade de alta qualidade.

"A União Europeia deve reverter o seu declínio em inovação e permitir sinergias entre os esforços nacionais", apela a organização dirigida por Mathias Cormann, com foco na política de concorrência, algo que "poderá ser necessário" juntamente com regulação das grandes plataformas digitais devido ao seu domínio "entrincheirado" nos mercados digitalizados.

A OCDE também considera que os mecanismos de contratação pública na UE não são, por vezes, "suficientemente competitivos", notando que "ofertas únicas são comuns, e os contratos tendem a ser atribuídos a fornecedores do mesmo país, e mesmo região, do comprador".

"Isto pode favorecer fornecedores locais ineficientes, o que afeta o desenvolvimento regional", considera a OCDE, apelando a uma "maior centralização da contratação, profissionalização dos oficiais de contratação pública e transparência nos procedimentos", relevando que a alocação dos fundos europeus "não pode estar manchada pela corrupção e pela fraude".

Quanto às alterações climáticas e ao objetivo de atingir a neutralidade carbónica até 2050, a OCDE sugere "maiores preços do carbono, padrões regulatórios mais fortes e mais inovação são chave" para o alcançar.

A OCDE alerta ainda que a "extração e processamento de matérias-primas continua a aumentar", indo em sentido contrário ao das recomendações da própria UE.

Leia Também: OCDE prevê crescimento de 4,3% para a zona euro e de 4,2% para a UE

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