De acordo com a Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC), a queda no período em análise é justificada, em grande parte, pelos "efeitos da pandemia de covid-19", lê-se num comunicado.
Na primeira metade do ano passado, o montante do crédito atribuído foi de 2,6 mil milhões de euros, sendo que até junho deste ano foram celebrados um total de 281.893 contratos de crédito ao consumo pelas associadas da ASFAC.
Quanto ao crédito clássico, no caso daquele que é concedido aos particulares para a aquisição de meios de transporte, nomeadamente, automóveis e motos, representou 55,8% do total dos 1,6 mil milhões de euros atribuídos, situando-se assim nos 866,7 milhões de euros, o que representou uma subida homóloga de 6%.
No entanto, neste tipo de crédito, há a destacar aquele que tem a ver com o lar, equipamento e crédito pessoal, que se cifrou em 378 milhões de euros, mais 13% face a idêntico período do ano passado.
Já o crédito clássico concedido a empresas na primeira metade deste ano, situou-se em quase 104 milhões de euros, um acréscimo de 19% na comparação com os primeiros seis meses do ano anterior.
Ao nível das empresas e no âmbito do crédito clássico, a ASFAC destaca o valor do crédito concedido para a aquisição de meios de transporte pesados, com um aumento de 489%, totalizando quase 1,4 milhões de euros, o que resulta da "retoma da atividade comercial" que no primeiro semestre do ano passado foi "fortemente afetada" pelo confinamento resultante da pandemia de Covid-19, lê-se no comunicado.
Sobre o crédito a fornecedores, que tem a ver com o financiamento de bens cuja aquisição é realizada com o objetivo de revenda, há a assinalar uma ligeira subida homóloga de 3% para 1,5 mil milhões de euros.
"Este crescimento poderá estar relacionado com os resultados positivos do mercado automóvel nos primeiros seis meses do ano, de acordo com os dados divulgados pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP)", refere também a associação do setor na nota divulgada.
Já o crédito 'revolving', que engloba cartões de crédito e linhas de crédito, ascendeu a 858 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, uma queda de 33% em relação a igual período do ano passado.
Para o presidente da ASFAC, Duarte Gomes Pereira, registou-se um "decréscimo" em relação ao crédito ao consumo no primeiro semestre do ano, algo que era "expectável".
Para este gestor, isso era esperado já que durante esse período se viveu "um novo confinamento" devido à situação pandémica no país.
No entanto, os indicadores da ASFAC refletem "uma recuperação gradual", marcada por um "crescimento sustentável e consistente" do crédito especializado, considera.
"É também através destes números que podemos captar a situação atual da própria economia portuguesa, que tem vindo a recuperar o fôlego e a estabilidade", realça, adiantando que a ASFAC acredita "no sucesso dos efeitos em curso na vacinação, com o consequente aumento da confiança dos portugueses e a retoma da economia nacional através do consumo dos portugueses".
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