Gazprom disponível para manter rota do gás na Ucrânia
A companhia estatal russa de energia Gazprom está disposta a manter a rota de trânsito de gás através da Ucrânia após 2024, quando os contratos atuais expirarem e apesar da construção do gasoduto Nord Stream 2, foi hoje conhecido.
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Economia Energia
De acordo com o líder da Gazprom, Alexei Miller, a decisão vai ser tomada depois de ser estudada a viabilidade económica e o estado do sistema de transporte de gás ucraniano.
"A Gazprom sempre expressou a sua vontade de continuar o trânsito de gás através da Ucrânia após 2024", insistiu Alexei Miller, citado pela agência russa Interfax.
O executivo disse que, no caso de um aumento de requisição, a Gazprom também já estava preparada para "aumentar o volume do trânsito pela Ucrânia".
Quanto ao gasoduto Nord Stream 2, que vai fornecer combustível russo para a Europa através de território ucraniano, segundo Alexei Miller, tem como objetivo garantir "estabilidade, segurança e diversificação" nas entregas de gás ao mercado europeu e reduzir os custos para os consumidores finais "devido a uma rota de transporte mais curta".
Além disso, o Nord Stream 2 responde a todos os padrões ecológicos, reforçou o líder da Gazprom, acrescentando que o gasoduto vai reduzir significativamente as emissões de CO2, por causa da redução de estações de compressão na nova rota.
Na quarta-feira, os Estados Unidos da América (EUA) e a Alemanha anunciaram um acordo no qual Washington dá luz verde à conclusão das obras do Nord Stream 2, em troca do auxílio de Berlim para proteger o abastecimento de energia da Ucrânia.
Segundo a agência noticiosa EFE, o ponto mais importante do entendimento é o compromisso do governo germânico em promover a aprovação de sanções contra a Rússia, no âmbito da União Europeia (UE), caso Moscovo tente "usar a energia como arma" ou cometa "novas ações agressivas contra a Ucrânia".
A Alemanha concorda ainda em ajudar a Ucrânia a negociar "uma prorrogação por 10 anos" dos seus contratos de trânsito de gás com Rússia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse hoje que Kiev tem "muitas perguntas" sobre como o acordo entre os EUA e a Alemanha para a conclusão do Nord Stream 2 pode reduzir os riscos para segurança do país e da Europa Central.
Kiev e Varsóvia alertaram na quarta-feira que o futuro gasoduto que ligará Alemanha e Rússia é uma ameaça "política, militar e energética" para a Ucrânia e Europa Central, após o acordo entre Washington e Berlim sobre o projeto.
"Esta decisão cria novas ameaças para a Ucrânia e a Europa Central, a nível político, militar e energético", realçaram, através de um comunicado conjunto, Dmytro Kouleba e Zbygniew Rau, ministros dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia e da Polónia, respetivamente.
A infraestrutura para o fornecimento de gás está atualmente na fase final de construção e poderá permitir a Moscovo desativar a rota de trânsito do seu gás através da Ucrânia.
O gasoduto Nord Stream 2 está a ser construído pela companhia estatal russa Gazprom, mas tem como investidores financeiros a francesa Engie, a austríaca OMV, a britânica Shell e as alemãs Uniper e Wintershall DEA.
Também na quarta-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, manteve uma conversa telefónica com o Presidente russo, Vladimir Putin, na qual discutiram a situação do gasoduto Nord Stream 2, que unirá a Rússia e a Alemanha pelo mar Báltico.
A vice-porta-voz da chanceler, Ulrike Demmer, disse que os dois dirigentes falaram de "questões energéticas, como a passagem de gás através da Ucrânia e o gasoduto Nord Stream 2", sem fornecer mais pormenores sobre o assunto, num comunicado.
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