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UGT suspeita de cartelização na banca para despedimentos no setor

A UGT manifestou hoje, numa carta ao primeiro-ministro, a suspeita de que existe cartelização entre os grandes bancos para uma redução inédita de postos de trabalho no setor, alegando os efeitos da pandemia da Covid-19.

UGT suspeita de cartelização na banca para despedimentos no setor
Notícias ao Minuto

19:59 - 22/07/21 por Lusa

Economia Bancos

"A situação na banca é tão dramática que a UGT e os seus sindicatos do setor (Mais Sindicato, SBN e SBC) se atrevem a suspeitar que existe cartelização entre os grandes bancos para uma redução histórica e inédita de postos de trabalho no setor à custa da pandemia e dos seus efeitos", alertou a central sindical numa carta a António Costa.

A UGT questiona na missiva a possibilidade de, "em nome de um eventual fator concorrencial", todos os bancos terem "decidido em simultâneo extinguir milhares de postos de trabalho".

Uma centena de sindicalistas da UGT manifestaram-se hoje junto à residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, onde entregaram uma carta reivindicativa a reclamar urgência na resolução dos problemas dos trabalhadores portugueses.

Na carta dirigida a António Costa, a central sindical expõe "um conjunto de preocupações, que afetam centenas de milhares de trabalhadores", no contexto da pandemia da covid-19, "aproveitado por muitos para promover a desregulação laboral, impondo restruturações agressivas e intoleráveis pela pressão e assédio".

Lembrando a disponibilidade de sempre da UGT e dos seus sindicatos para o diálogo social, a central criticou alguns membros do Governo por não compreenderem as virtudes da negociação coletiva, nomeadamente os ministros da Educação, da Saúde, da Justiça e da Administração Pública.

"O exemplo vem sempre de quem está no topo da governação do Estado. E o setor privado copia sempre o que de pior o Estado exemplifica", diz o documento.

A carta salienta "a destruição de milhares de postos de trabalho", em empresas como a TAP, a Altice e na banca, "situações a que urge pôr cobro".

A carta, com oito páginas, fala ainda do bloqueio da negociação coletiva e da secundarização da concertação social.

Defende que sejam retomados os valores das indemnizações por despedimento que vigoravam antes da intervenção da 'troika' e a imposição ao setor privado de limites nos despedimentos e rescisões.

A carta da UGT, aprovada por unanimidade em secretariado nacional, termina com a central a disponibilizar-se para "transmitir de viva voz as preocupações que grassam na sociedade portuguesa e que carecem de uma resposta social e política urgente".

A entrega da carta foi antecedida por discursos de protesto de dirigentes das principais estruturas sindicais da UGT.

Foi o caso de José Abraão, secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública, que reclamou a retoma das negociações no setor, com vista à melhoria dos salários e das carreiras, sob pena de serem desencadeados protestos nacionais ou setoriais, nomeadamente greves.

Antes da concentração de protesto, durante a manhã, realizou-se a reunião mensal do secretariado nacional da UGT que aprovou uma moção em defesa dos trabalhadores bancários, vítimas de despedimentos, e a reivindicar a intervenção do Governo para que acabe com "o clima de chantagem e medo que se vive na banca".

Grandes bancos portugueses preveem cortar milhares de postos de trabalho, sendo BCP e Santander Totta os que têm processos mais 'agressivos'.

O Santander Totta tem um plano de reestruturação que prevê a saída de mais 685 pessoas através de reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo (sem acesso a subsídio de desemprego), depois de centenas já terem saído desde setembro de 2020. A comissão de trabalhadores estima que as saídas ascendam a 1400 funcionários entre setembro de 2020 e o mesmo mês deste ano.

Já o BCP quer que saiam 1.000 empregados através de reformas antecipadas ou rescisões por mútuo acordo (sem acesso a subsídio de desemprego).

A UGT aprovou ainda uma moção a reclamar o cumprimento do Acordo coletivo das Águas de Portugal e o Acordo de Empresa da EPAL, nomeadamente a atualização dos salários.

Leia Também: FESAP reelegeu José Abraão para secretário-geral

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