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Sindicatos dos bancários exigem fim dos despedimentos

Os sete sindicatos dos bancários exigiram hoje o fim dos despedimentos na banca e anunciaram uma manifestação, em data a anunciar, contra o que consideram o "massacre" dos trabalhadores bancários.

Sindicatos dos bancários exigem fim dos despedimentos
Notícias ao Minuto

16:55 - 01/07/21 por Lusa

Economia Sindicatos

Em comunicado conjunto hoje divulgado, intitulado "Em defesa dos trabalhadores bancários, o massacre tem de parar", os sete sindicatos representativos dos trabalhadores bancários mostram a sua "firme oposição quanto ao injustificado e desnecessário processo massivo de destruição de postos de trabalho".

Os sindicatos manifestam indignação por os bancos estarem a confrontar milhares de trabalhadores bancários com propostas de rescisão por mútuo acordo (sobretudo) e reformas antecipadas. Ao mesmo tempo, dizem, fazem a "comunicação antecipada da implementação de medidas unilaterais, vulgo despedimentos coletivos", com o objetivo de criarem "pânico e temor generalizado nos bancários de forma a que desistam de lutar pelos seus direitos".

Além do mais, afirmam, isto acontece quando o setor bancário português é dos mais eficientes da Europa e quando os bancos regressam aos lucros.

Os sete sindicatos (numa iniciativa inédita por estarem todos juntos numa tomada de posição) exigem a "suspensão imediata dos programas de redução de trabalhadores" e a "substituição das rescisões por mútuo acordo por reformas antecipadas" com uma "especial consideração nas situações de vulnerabilidade social".

Querem ainda que "sejam consideradas todas as hipóteses de reconversão profissional" e que passem a ser realizadas por bancários "todas as atividades realizadas em regime de 'outsourcing' ou de trabalho temporário".

Os sindicatos anunciaram ainda que vão convocar uma manifestação mas sem anunciarem data, que, dizem, divulgarão em breve, para "transmitir uma mensagem de indignação às instituições financeiras e governativas".

Pediram ainda uma reunião ao primeiro-ministro, António Costa, para apresentar as reivindicações, pretendendo ainda sensibilizar o chefe do Governo "para a contínua e acelerada erosão da classe média que afeta diretamente os mais de 60.000 bancários e suas famílias, conduzindo à evidente degradação das condições sociais e para o incremento da pobreza".

O comunicado hoje divulgado junta os sete sindicatos que representam os bancários: Mais Sindicato, Sindicato de Bancários do Norte, Sindicato dos Bancários do Centro (estes três sindicatos são ligados à UGT), Sindicato Independente da Banca, Sindicato dos Quadros e Técnicos Bancários e Sindicato de Trabalhadores das Empresas do grupo Caixa Geral de Depósitos (estes três sindicatos são independentes) e Sintaf (ligado à CGTP).

Na quarta-feira, o governador do Banco de Portugal disse, no parlamento, que há a expectativa de que a redução de trabalhadores na banca não atinja a dimensão das que aconteceram no passado recente, face à melhoria da eficiência dos bancos.

Em audição na Comissão de Orçamento e Finanças, quando questionado sobre despedimentos de trabalhadores bancários, Mário Centeno afirmou que, para já, a redução de bancários em Portugal tem acontecido através de "processos negociados", e disse esperar que a redução de trabalhadores não seja de dimensão tão grande como a que houve em anos recentes, já que a eficiência da banca portuguesa já compara "muito favoravelmente com as congéneres europeias".

"Com esses indicadores, o aumento do capital, a redução do risco, podemos ter a expectativa de que neste momento o contexto de ajustamento não tenha a dimensão do passado e permitirá que o setor financeiro e bancário possa apoiar a economia", afirmou.

Os grandes bancos portugueses vão reduzir milhares de trabalhadores este ano, tendo o BCP e Santander Totta admitido recorrer a despedimentos coletivos.

Esta quarta-feira, o Santander Totta comunicou aos trabalhadores um plano de reestruturação que prevê a saída de 685 pessoas através de reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo (sem acesso a subsídio de desemprego).

No BCP arrancou em 16 de junho o plano de redução de trabalhadores, através de reformas antecipadas ou rescisões por mútuo acordo (também aqui quem sair em rescisão por acordo não acede a subsídio de desemprego).

Caso não saiam por acordo o número que consideram adequado, ambos os bancos admitiram avançar para despedimentos.

Também o banco Montepio tem um "plano alargado" de saída de trabalhadores, através de reformas antecipadas e de rescisões de contratos de trabalho (neste banco acedem a subsídio de desemprego, pois obteve do Governo o estatuto de empresa em reestruturação), para reduzir entre 600 a 900 funcionários.

Em outros bancos, como Novo Banco, Caixa Geral de Depósitos e BPI, continuam também os processos de saídas de trabalhadores, mas para já de forma mais 'suave'.

Segundo vários dirigentes sindicais contactados pela Lusa, os processos atuais estão a ser mais agressivos do que os que decorreram aquando da última crise, desde logo porque há grandes bancos a admitir fazer despedimentos, porque as indemnizações propostas são agora mais baixas e até porque não é igual despedir 1.000 trabalhadores num total de 8.000 ou no total de 6.000.

Segundo as séries longas do Banco de Portugal, entre 2009 e 2019, os bancos que operam em Portugal reduziram quase 13 mil trabalhadores. Já em 2020, apenas nos cinco principais bancos (CGD, BCP, Novo Banco, Santander Totta, BPI) foram cortados 1.200 postos de trabalho.

A redução de estruturas (saída de trabalhadores e fecho de agências) é comum a toda a banca europeia. Segundo analistas, os bancos têm alicerçado os lucros na redução de custos.

[Notícia atualizada às 17h25]

Leia Também: Subsídio de risco PSP/GNR: Sindicatos podem apresentar contraproposta

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