Espanha defende regras orçamentais da UE "mais simples"
A ministra da Economia e da Digitalização de Espanha criticou hoje as atuais regras orçamentais da União Europeia (UE), considerando-as "demasiado complicadas", e defendeu a adoção de regras "mais simples" e fáceis de implementar.
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Economia União Europeia
"Devemos avançar com regras [orçamentais] mais simples, que sejam baseadas em variáveis observáveis e que possamos facilmente implementar e explicar aos cidadãos, para que tenhamos uma política orçamental mais consistente e consensual", defendeu Nadia Calviño, em declarações aos jornalistas durante a Cimeira da Recuperação, em Lisboa.
Para a ministra, as atuais regras "já não eram adequadas antes da pandemia", pois "são demasiado complicadas e foram baseadas em variáveis não observáveis", além de "não responderem às necessidades da estabilidade orçamental dos diferentes Estados-membros".
"Estamos a viver um momento de mudança em que temos de tomar as decisões certas para garantir que conseguimos ser bem-sucedidos nesta recuperação e sair desta crise de uma forma muito diferente da crise anterior", vincou.
A ministra elogiou o trabalho da presidência portuguesa da UE nos últimos seis meses, considerando-a "extremamente bem-sucedida" ao incentivar a apresentação do "primeiro grande pacote dos planos de recuperação e resiliência [PRR]" por parte dos Estados-membros.
"Isto abre caminho a uma presidência muito bem-sucedida da Eslovénia, começando com a aprovação pelo ECOFIN [Conselho dos Assuntos Económicos e Financeiros] destes planos de recuperação", acrescentou Nina Calviño, referindo-se aos primeiros planos nacionais de recuperação aprovados pela Comissão Europeia, que aguardam agora pela aprovação do Conselho.
"Estamos todos muito focados em implementar estes planos de recuperação para garantir que temos uma forte recuperação e também um crescimento sustentável e inclusivo", vincou.
A Cimeira da Recuperação, último evento político da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, juntou hoje em Lisboa ministros europeus, comissários, eurodeputados e especialistas para debater a reforma da economia europeia após a pandemia de covid-19 e o modelo de governação económica da UE.
Em debate estiveram nomeadamente as regras orçamentais europeias, que estipulam por exemplo o limite de 3% do PIB para o défice, atualmente suspensas para que os Estados-membros possam apoiar as suas economias face à crise provocada pela pandemia de covid-19.
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