Sindicato faz balanço "muito positivo" da greve na CP com adesão nos 90%
Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) fez hoje um balanço "muito positivo" no terceiro e último dia da greve dos revisores e trabalhadores das bilheteiras da CP, com a adesão sempre a rondar os 90%.
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Economia CP
"Fazemos um balanço muito positivo. Quer os trabalhadores associados, quer os não associados, sentem a justeza das reivindicações. Registou-se uma taxa de adesão sempre na ordem dos 90%, o que é muito significativo", considerou o presidente do SFRCI, Luís Bravo, em declarações à Lusa.
O sindicalista classificou o período de greve como "muito duro", face aos baixos salários dos trabalhadores da CP -- Comboios de Portugal, mas vincou que "já era tempo de dizer basta".
Luís Bravo disse ainda que o impacto da greve "foi generalizado" e que os serviços mínimos foram cumpridos e, por vezes, "ultrapassados por falta de condições".
O líder da estrutura sindical notou também que, até ao momento, a CP não quis "marcar uma reunião com vista a ultrapassar os problemas".
A CP realizou 284 das 979 ligações ferroviárias que tinha programadas até às 18:00 de hoje, devido ao impacto da greve, segundo fonte oficial da empresa.
De acordo com a mesma fonte, dos 284 comboios que circularam, 242 realizam-se no âmbito dos serviços mínimos definidos.
Os trabalhadores das bilheteiras e revisores da CP cumpriram hoje o terceiro e último dia de greve em protesto contra a proposta de regulamento de carreiras e por aumentos salariais e o cumprimento do acordo de empresa.
Estes trabalhadores da CP iniciaram no domingo uma greve nacional de três dias em protesto contra a proposta de regulamento de carreiras apresentada pela empresa, que dizem prever "um aumento da polivalência de funções" e a "junção e extinção de categorias profissionais", considerando que tal "vai pôr em causa postos de trabalho presentes e futuros".
Reclamam igualmente a "melhoria do salário base, que atualmente está no limiar do salário mínimo nacional", e a "reposição das perdas salariais sofridas pelos ferroviários operacionais que foram contagiados pela pandemia provocada pela covid-19, bem como pelos que tiveram de cumprir confinamento profilático por estarem em contacto com colegas infetados".
O SFRCI acusa a CP de "violação do acordo de empresa em vigor" e exige a "aplicação do acordo assinado com o Ministério das Infraestruturas em 2018, relativo à certificação do agente de acompanhamento".
A "manutenção dos níveis segurança ferroviária" é outra das reivindicações feitas, com o sindicato a considerar que estes "estão a ser colocados em causa pela CP e pelas alterações impostas pelo IMT [Instituto da Mobilidade e dos Transportes] aos regulamentos gerais de segurança, cujo objetivo é servir as empresas privadas que reduzem postos de trabalho e custos com segurança ferroviária".
A greve visa ainda condenar o "abuso do poder disciplinar" que os trabalhadores dizem vigorar na CP.
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