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Ex-presidente diz que seguradoras como GNB Vida não deviam ser vendidas

O antigo presidente executivo da seguradora GNB Vida (grupo Novo Banco), Paulo Vasconcelos, defendeu hoje em comissão parlamentar que companhias dependentes do negócio bancário não devem ser vendidas.

Ex-presidente diz que seguradoras como GNB Vida não deviam ser vendidas
Notícias ao Minuto

17:42 - 28/05/21 por Lusa

Economia Novo Banco

"Uma companhia que trabalha em exclusivo para um canal bancário, e com um banco, na minha opinião nunca deveria ser posta em mercado", disse o antigo presidente da seguradora do grupo Novo Banco.

Paulo Vasconcelos respondia às questões do deputado Duarte Alves (PCP) numa audição da Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, realizada por videoconferência a partir de Lima, no Peru, onde o depoente se encontra.

O antigo gestor da GNB Vida foi também questionado acerca do preço de venda da seguradora a que presidia, que foi vendida pelo Novo Banco por 123 milhões de euros mais variáveis.

"Se a venda é ou não mal feita, isso eu não lhe sei dizer, porque quando pomos um ativo à venda, temos uma data para o vender, e temos um mercado muito restrito, isso coloca sempre quem está a vender numa posição de desvantagem e desvaloriza de forma significativa o ativo", considerou Paulo Vasconcelos.

O antigo presidente da GNB Vida concordou ainda que a "imposição de datas por parte da Comissão Europeia, ou da DGComp [Direção-Geral de Concorrência da Comissão Europeia], desvaloriza o ativo".

No seu entender, para desvalorizar uma seguradora "basta, por exemplo, o banco alterar as taxas de comissionamento que quer pela colocação dos produtos".

"Se o banco aceitar comissões mais baixas e fizer vendas maiores, a companhia vale muito dinheiro. Se o o banco exigir comissões mais elevadas e baixar o volume de vendas, a companhia desvaloriza e vale muito menos", explicou.

Paulo Vasconcelos salientou ainda que um comprador que olhe "para uma companhia que só tem um canal de distribuição, num mercado extremamente concorrencial", há imediatamente uma desvalorização.

"A companhia para o comprador vale sempre menos do que vale para o próprio banco", disse.

Já perante a questão do deputado Hugo Carneiro (PSD) acerca do preço de venda da seguradora, inicialmente, de 190 milhões de euros mais 125 milhões variáveis, que veio a baixar para 81 milhões (acabariam por ser acrescentadas adendas que levaram o preço para 123 milhões), Paulo Vasconcelos tentou explicar os motivos para a desvalorização.

"Esse valor de 190 [milhões] tinha vários pressupostos associados. Um deles era que o banco iria adquirir - e assim o fez - um conjunto de fundos imobiliários que estavam na carteira da seguradora", afirmou.

Paulo Vasconcelos revelou que os fundos em causa, entre a assinatura do contrato de compra e venda da GNB Vida e o fecho do processo, tiveram "desvalorizações significativas", com "reflexo direto no preço" da seguradora.

"Por outro lado, a companhia, como tinha perdas potenciais significativas nestes fundos imobiliários, essas perdas potenciais só são reconhecidas para efeitos fiscais no momento da sua realização", pelo que com a venda, e com a expectativa de em cinco anos a seguradora não recuperar, a perda de impostos diferidos é "significativa".

Segundo Paulo Vasconcelos, "essa perda entrava no cálculo do preço", já que se não houvesse lugar a venda, as perdas seriam compensadas, a longo prazo, "com os lucros normais e a carga fiscal seria mais pequena", o que permitia o reconhecimento de impostos diferidos.

"Creio que foram as duas principais variáveis que ajustaram esse preço", respondeu a Hugo Carneiro.

Leia Também: Novo Banco: Prazo da comissão de inquérito prorrogado por 60 dias

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