Industriais alemães inquietos com novas metas para neutralidade carbónica
A Federação da Indústria alemã considera que a aceleração das ambições climáticas do país, que antecipou a neutralidade carbónica para 2045, "aumenta a incerteza" para as empresas e cria "riscos incalculáveis" para a economia.
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Economia Ambiente
"O endurecimento frenético dos objetivos climáticos nacionais aumenta a incerteza para as empresas e para os consumidores", declarou a federação da indústria do país (BDI, na sigla em Alemão) em comunicado divulgado na quinta-feira.
O governo de Angela Merkel anunciou na quarta-feira a revisão em alta das suas metas climáticas, depois de o Tribunal Constitucional ter censurado, no final de abril, uma parte do seu plano de ação, por o considerar insuficiente.
A Alemanha prevê reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa em 65%, até 2030 em relação a 1990, contra 55% anteriormente, e depois em 88% até 2040, com a vontade de atingir a neutralidade carbónica em 2045, cinco anos mais cedo do que avançado inicialmente.
Este novo calendário vai necessitar de esforços suplementares dos atores económicos e apoios públicos massivos.
A BDI coloca a questão da viabilidade prática e económica destes objetivos" e critica "a falta de conceito, estratégia e planificação".
A negociação do plano climático anterior durou meses. As atuais orientações foram decididas em menos de 15 dias, sob pressão das eleições legislativas, marcadas para 26 de setembro, para as quais os Verdes estão bem posicionados.
"Sem apoio adequado aos investimentos e à produção, bem como uma proteção eficaz contra as vantagens concorrenciais no plano internacional", haverá "riscos incalculáveis para o futuro da Alemanha enquanto polo industrial", considerou a federação.
A presidente da associação alemã da indústria automóvel, Hildegard Müller, considerou "incompreensível" que os objetivos climáticos sejam modificados de um dia para o outro.
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