Global Media já não vai avançar com plano de apoio à retoma
A Global Media já não vai avançar com o plano de apoio à retoma progressiva, anunciado em abril, disse à Lusa a diretora de comunicação do grupo Bel, empresa que é acionista da dona do DN, JN, TSF entre outros.
© Getty Images
Economia Global Media
"Foi uma decisão da administração e prende-se com resultados melhores do que aqueles que eram esperados", adiantou Helena Ferro Gouveia.
A decisão foi anunciada hoje, ao final da manhã, às redações dos vários títulos do grupo Global Media.
A mesma responsável garantiu à Lusa que as reuniões pedidas pelo Sindicato dos Jornalistas e pelos delegados sindicais à Global Media são reuniões "que vão acontecer".
Em 21 de abril, os diretores dos títulos da Global Media tinham anunciado às redações de que o grupo iria avançar na segunda semana deste mês ao apoio à retoma progressiva, o que iria implicar cortes nos salários a partir de 2.000 euros brutos e a uma redução de 30% do horário de trabalho.
Esta semana, o Sindicato dos Jornalistas denunciou que a Global Media não está a cumprir com pagamentos a alguns trabalhadores alvo de despedimento coletivo.
Em 04 de maio, o secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva, afirmou que acompanhava "com preocupação" a questão dos jornalistas e jornais da Global Media, mas sublinhou tratar-se de um grupo de media privado.
No final de abril, o Bloco de Esquerda (BE) pediu uma audição, com caráter urgente, do Sindicato dos Jornalistas e do empresário Marco Galinha, presidente da Global Media, devido à situação "de degradação laboral" vivida no grupo.
Em outubro passado, a Global Media tinha anunciado um despedimento coletivo de 81 trabalhadores, 17 dos quais jornalistas, o que sucedeu após ter entrado em 'lay-off' em abril de 2020.
Atualmente, a Global Media é detida em 29,75% pelas Páginas Civilizadas (grupo Bel), de Marco Galinha, com a KNJ Global Holdings Limited com 35,25%, José Pedro Carvalho Reis Soeiro (24,5%) e Grandes Notícias (10,5%).
A Global Media detém 23,36% da Lusa.
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