Sitava: Algoritmo é "artimanha inventada pelas consultoras e advogados"
O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) diz que o "algoritmo" alegadamente usado nas negociações da TAP com os trabalhadores "não é mais do que uma artimanha inventada pelas consultoras e advogados", segundo um comunicado.
© Reuters
Economia TAP
"À medida que os dias passam e vamos vivenciando o quotidiano de centenas de trabalhadores condenados a um despedimento coletivo encapotado, mais convictos ficamos do colossal embuste em que se tornou o chamado plano de reestruturação, que ninguém conhece, mas vai destruindo, paulatinamente, a TAP", acusa o sindicato.
"Torna-se cada vez mais claro que o plano de reestruturação, pensado e executado pela tal consultora especialista em decapitar companhias aéreas, não é mais do que um conjunto de medidas avulsas" para "diminuir drasticamente a capacidade da nossa companhia, de modo que esta não incomode os grandes grupos europeus do transporte aéreo, quando a mobilidade regressar", afirma o Sitava.
A estrutura refere-se depois à "sanha destruidora em marcha na TAP", dizendo que "está a empurrar borda fora mais umas largas centenas de trabalhadores a quem se impõe que aceitem a saída 'voluntária' ou serão, na mesma despedidos".
"Parece ficar cada vez mais claro que, tanto o Conselho de Administração como o Governo, o que pretendem com este exercício de manipulação é, simplesmente, justificar aos olhos da opinião pública o gigantesco despedimento coletivo que estão a promover na TAP chamando-lhe cinicamente 'Rescisões por Mútuo Acordo' e assim iludir os custos políticos de um despedimento coletivo numa empresa pública", critica o sindicato.
No comunicado, o Sitava diz ainda que "o já muito falado 'algoritmo' não é mais do que uma artimanha inventada pelas consultoras e advogados de turno, para segregar trabalhadores pelos mais variados motivo", garantindo que "umas vezes é porque não têm habilitações outras é porque as têm a mais, outras ainda porque têm absentismo, ou porque são muito caros e, se não tiverem nenhuma delas, então são despedidos na mesma porque o serviço vai ser extinto. Enfim, serve qualquer coisa para despedir porque, na verdade, é apenas disso que se trata".
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, assegurou esta segunda-feira que a TAP, tendo como principal acionista o Estado, não implementará políticas que não respeitem os trabalhadores e a legislação dos países onde tem atividade.
"Posso assegurar-vos que, tendo o Estado como principal acionista, a TAP não implementará políticas que não respeitem os direitos dos trabalhadores e as legislações laborais dos diversos países onde tem atividade", afirmou o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, que falava na abertura do 'Aviation Day', organizado pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).
Em 2020, a TAP voltou ao controlo do Estado, que passou a deter 72,5% do seu capital, depois de a companhia ter sido severamente afetada pela pandemia de covid-19 e de a Comissão Europeia ter autorizado um auxílio estatal de até 1.200 milhões de euros à transportadora aérea de bandeira portuguesa.
Leia Também: TAP. Apoio estatal garante "sobrevivência" em "período difícil"
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com