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Setor privado é "fundamental" no caminho para a economia verde em África

O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação (SENEC) português defendeu hoje a necessidade de modelos de negócio mais sustentáveis, sublinhando o "papel fundamental" do setor privado na transição para uma economia verde em África.

Setor privado é "fundamental" no caminho para a economia verde em África
Notícias ao Minuto

12:21 - 21/04/21 por Lusa

Economia UE/Presidência

"O setor privado tem um lugar fundamental neste caminho [de transição verde]. É preciso tornar os nossos modelos de negócio mais sustentáveis e ter em conta que ter lucro, criar emprego e gerar riqueza tem de ser feito de forma sustentável e respeitando os recursos naturais do planeta", disse Francisco André.

O responsável no Governo português pela pasta da Cooperação falava, em entrevista à agência Lusa, em antecipação do Fórum de Investimento Verde UE-África, que decorre na sexta-feira, em formato misto presencial e 'online'.

A iniciativa encerra um mês de diálogo entre europeus e africanos sobre desenvolvimento sustentável e investimento verde promovido pela presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) com a realização de 23 conferências virtuais, designadas "Green Talks", que arrancaram em 24 de março a partir de Dacar, capital do Senegal.

A iniciativa, lembrou Francisco André, surge num contexto em que, além da pandemia, as alterações climáticas são o maior desafio mundial, considerando que é necessária uma resposta "global e coordenada que envolva todos os atores relevantes".

"África continua a ter um continente bastante vulnerável. É um dos continentes que menos contribui para o aquecimento global, é um emissor muito baixo de CO2, mas é também um dos mais afetados pelas consequências deste mesmo aquecimento global", disse.

"Os quatro países mais afetados no mundo pelas alterações climáticas estão em África: Moçambique, Maláui, Gana e Madagáscar", acrescentou, sublinhando a necessidade urgente de "desenhar políticas públicas consequentes" que promovam a transição verde "e que sejam atrativas para o setor privado".

Neste contexto, Francisco André considerou que o atual cenário de crise sanitária e económica, provocado pela pandemia de covid-19, oferece uma oportunidade para reconstruir de forma mais sustentável.

"No momento em que temos de reconstruir e recuperar a nossa atividade económica é bom que o façamos para uma atividade económica mais sustentável, mais resiliente e mais inclusiva", afirmou.

Por isso, sustentou, a realização do Fórum de Investimento Verde UE-África é "um instrumento fundamental" para a criar "um espaço de diálogo político entre os dois continentes", que permita passar à prática o consenso sobre a necessidade de agir sobre as alterações climáticas.

"A Europa e África têm de trabalhar em conjunto para alcançar os objetivos do Acordo de Paris [sobre alterações climáticas] e Agenda 2030 [de desenvolvimento das Nações Unidas]", defendeu.

Francisco André explicou que, durante os 30 dias de conferências, que decorreram a partir de várias cidades europeias e africanas, foi possível ouvir decisores públicos, políticos, académicos, especialistas, empresários e organizações não-governamentais, num "formato inédito" de diálogo com a "sociedade como um todo", que contou com mais de cinco mil participantes.

Para o governante, a liderança da Presidência Portuguesa da União Europeia neste diálogo surge como "natural" por África constituir uma "prioridade central" para Portugal.

"O objetivo é uma parceria efetiva com a África", disse, considerando que o fórum da próxima sexta-feira "pode ser um ponto de viragem" para que a "agenda verde passe a ser um pilar estruturante das relações entre os dois continentes".

Francisco André defendeu ainda que, além de um espaço de diálogo político, são necessários "instrumentos concretos" que permitam executar estas políticas, assinalando a adoção, a nível europeu, em março, de um novo instrumento financeiro para a cooperação e para o desenvolvimento, conhecido como Europa Global.

"Tem os meios fundamentais para atuarmos e os fundos financeiros para que a Europa possa passar de um mero diálogo a uma concretização prática destas políticas e desta vontade de parcerias com África", disse.

Este instrumento tem cerca de 80 mil milhões de euros, quase mais 10 por cento de aumento face ao quadro anterior, cerca de 30% para ações, projetos e iniciativas relacionadas com o combate aos efeitos das alterações climáticas e um montante de quase 30 mil milhões de euros reservados como prioridade geográfica para África, recordou.

Francisco André espera, por isso, que o Fórum de Investimento Verde UE-África, seja "um momento marcante" com a presença de representantes da União Europeia e da União Africana, de empresas privadas e de organizações não governamentais, numa mistura que classificou de "muito proveitosa" de decisores políticos e de representantes da sociedade civil.

O fórum, que será realizado em parceria com o Banco Europeu de Investimento (BEI), contará com intervenções da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, do presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, Akinwumi Adesina, do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, do primeiro-ministro português, António Costa, do empresário e filantropo sudanês Mohamed Ibrahim ou do economista guineense Carlos Lopes, entre outros.

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