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Valorização do metical não implica melhoria no crescimento económico

A consultora NKC African Economics considerou hoje que a valorização do metical nas últimas semanas não é um reflexo de uma melhoria no crescimento económico, atribuindo a subida a uma provável intervenção do banco central.

Valorização do metical não implica melhoria no crescimento económico
Notícias ao Minuto

15:44 - 14/04/21 por Lusa

Economia Consultora

"Há várias explicações possíveis para a súbita valorização do metical, mas a mais provável, só confirmável quando saírem os números sobre as reservas internacionais de março, é uma intervenção do banco central moçambicano no mercado de moeda externa", escrevem os analistas desta filial africana da britânica Oxford Economics.

Num comentário à valorização do metical, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas dizem que "a depreciação do metical no ano passado pode ter levado o Banco de Moçambique a intervir para favorecer a atividade dos exportadores que foram afetados pela pandemia".

No entanto, apontam também como razões possíveis a subida da inflação em 5% desde o início deste ano, a subida dos preços das principais matérias primas que Moçambique exporta (alumínio, carvão mineral e gás natural), a subida das taxas de juro em janeiro, a redução das importações devido à paragem das obras nos projetos de gás em Cabo Delgado, norte do país, e o aumento da oferta de dólares proveniente do alívio da dívida do país à China.

O metical subiu de fevereiro até esta manhã 18,6% face ao dólar, invertendo a tendência de desvalorização que registava no princípio do ano, fazendo da moeda moçambicana a mais valorizada nos primeiros meses do ano a nível mundial.

"Para além do impressionante grau de apreciação, o desempenho do metical foi ainda mais impressionante já que surge num contexto de fortalecimento global do dólar e de um aumento da atenção internacional à crise de Cabo Delgado", palco de violência armada, apontam os analistas.

No entanto, acrescentam, a valorização da moeda não é sinónimo de uma melhoria das condições económicas do país, a braços com uma recuperação ainda tímida face à recessão do ano passado, guerra no norte do país e tempestades tropicais.

"O primeiro trimestre foi desafiante para a economia, a mina de Moatize, a maior no país, tinha uma paragem técnica prevista nos primeiros meses, antes de a produção subir mais para o final do ano, ao passo que a mina de rubis em Montepuez suspendeu as atividades em abril do ano passado devido à pandemia e só retomou as operações no princípio de março", escrevem os analistas, apontando ainda o reaparecimento de mais casos de covid-19 e o conjunto de tempestades tropicais que afetou o porto da Beira, o maior ponto de saída das exportações.

Na nota, a NKC African Economics diz que vai rever a previsão de câmbio do metical face ao dólar nas próximas estimativas, mas alerta que "apesar de a moeda ainda ter espaço para valorizar mais, irá perder alguns dos ganhos mais para o final do ano devido à reduzida intervenção monetária motivada pelo abrandamento da inflação, contínua robustez do dólar e aumento das necessidades de importações".

De acordo com a consulta feita pela agência Lusa à relação do metical com o dólar, a moeda moçambicana valorizou-se em 18,6% desde o início do ano, quando eram precisos 75 meticais para comprar um dólar, ao passo que hoje de manhã bastavam 61 meticais, segundo o câmbio médio.

O metical esteve relativamente estável durante janeiro nos 75 meticais por dólar e começou a valorizar-se no final de fevereiro, tendo apreciado até chegar aos 61,8 meticais hoje, sendo necessário recuar a janeiro de 2020, antes da pandemia de covid-19, para encontrar a moeda moçambicana tão valorizada.

A valorização do metical segue-se a uma descida de cerca de 10% durante o ano passado no valor face ao dólar, e surge em contraciclo com as previsões da generalidade dos analistas, que anteviam uma queda ainda maior do metical este ano, e acontece apesar da onda de violência no norte do país, que catapultou Moçambique para o topo da agenda mediática internacional nas últimas semanas.

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