ISEG estima queda do PIB entre 2,5% e 3,5% no 1.º trimestre
A economia portuguesa deverá ter caído entre 2,5% e 3,5% no primeiro trimestre de 2021 face ao anterior, beneficiando de alguma melhoria em março com o início do desconfinamento, segundo a Síntese de Conjuntura do ISEG.
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Economia Desconfinamento
Na sua síntese de conjuntura do mês de março, o Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) refere que "o 1.º trimestre de 2021 ter-se-á caracterizado por um decréscimo da atividade em relação ao 4.º trimestre de 2021 devido ao confinamento mais rigoroso que vigorou durante dois terços do trimestre", estimando que o Produto Interno Bruto (PIB) no trimestre terminado em março "tenha variado entre -3,5% e -2,5% face ao trimestre anterior".
Relativamente à comparação homóloga, a Síntese de Conjuntura elaborada pelo Grupo de Análise Económica do ISEG (Universidade de Lisboa), estima que o PIB do primeiro trimestre tenha caído entre 5,6% e 4,6%.
Os economistas assinalam que os dados dos indicadores quantitativos disponíveis para o primeiro trimestre "sugerem um aprofundar da queda da atividade em janeiro e fevereiro, devido às restrições de atividade impostas pelo segundo confinamento, seguida de uma melhoria relativa em março, após o início do desconfinamento parcial".
Esta melhoria registada em março resulta também do efeito base do primeiro confinamento que em 2020 teve início nesse mês.
Em março, os indicadores de clima e sentimento económico "registaram uma subida relevante" com a perspetiva do desconfinamento a partir de meados desse mês, tendo estes indicadores crescido de forma mais pronunciada na indústria (que registou máximos desde fevereiro de 2020), comércio a retalho e nos serviços.
Já o indicador de confiança na construção não melhorou, mas a média observada nestes primeiros três meses de 2021 foi, ainda assim, a melhor desde março de 2020.
"O indicador de confiança dos consumidores, pese embora uma dimensão mais negativa relativamente ao conjunto dos setores empresariais, também subiu de forma relevante em março, atingindo valores que são os melhores desde março de 2020", refere a Síntese de Conjuntura.
Em termos de Procura Interna (PI), a Síntese de Conjuntura aponta para "uma queda substancial do consumo privado, razoavelmente mais pronunciada do que no 4º trimestre de 2020", como principal efeito do confinamento, para um "provável crescimento homólogo" do consumo público, "m linha com os valores registados nos dois trimestres anteriores, e para uma evolução um pouco mais negativa do investimento.
Por seu lado, o contributo da Procura Externa Líquida (PEL), para o PIB trimestral "deverá continuar negativo", em resultado da queda da procura turística externa, "mas será provavelmente menos negativo do que no 4.º trimestre, também devido a efeito base".
"No conjunto, em termos de variação homóloga espera-se que o contributo da PI tenha sido mais negativo do que no 4.º trimestre e o da PEL um pouco menos negativo", indica o documento.
Os economistas apontam ainda que na área do Euro, se observou no final daquele terceiro mês no ano um retrocesso dos planos de desconfinamento de vários países, o que "pode ter voltado a refrear as expectativas" que se observavam no início de março.
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