À margem da reunião, em Torres Novas, com os autarcas socialistas de todo o país, o secretário-geral do PS, António José Seguro, recusou, em declarações ao jornalistas, comentar para já a emissão de dívida a dez anos, avança hoje pela imprensa económica, justificando que terá oportunidade de fazê-lo “depois da sua emissão e dos mercados terem fechado”.
Seguro optou por falar sobre a “privatização da empresa que faz o tratamento dos resíduos sólidos urbanos em Portugal, a EGF,” sublinhando que “depois virá a privatização da água”, algo a que o PS é “contra”.
A EGF, sublinhou o líder socialista, trata-se de “uma empresa que funciona, dá lucro, e é um dos principais ativos da Águas de Portugal. Isso significa”, prosseguiu, “que o Governo prepara-se para privatizar uma empresa que ganhou a confiança dos consumidores” e cuja privatização “não estava no memorando”.
Questionado sobre as críticas a que tem sido alvo a proposta que apresentou de um tribunal de investimento, o líder do PS esclareceu que “a Constituição impede tribunais especializados na área do crime não na fiscal” e que os investidores “apontam a morosidade da justiça [portuguesas] como um dos obstáculos ao investimento”.
Salientando que “precisamos de investimento como de pão para a boca”, Seguro reforçou que é “fundamental encontrar soluções para um ambiente mais amigo do capital nacional e estrangeiro”.
“Há sempre resistência nos primeiros dias [mas] com debate, maturação, e contributos de mais ideias, encontraremos soluções”, concluiu o socialista, insistindo que “atrair investimento” é essencial “para ajudar a dinamizar a economia”.