O estabelecimento, localizado na Avenida de Roma, foi inaugurado em dezembro de 1968 com o nome Tutti Mundi Drugstore, com cerca de 40 lojas divididas em três pisos, sendo um dos primeiros centros comerciais a abrir em Portugal.

Em declarações à agência Lusa, o proprietário da Papelaria di Roma, Rui Umbelino, avançou que o espaço comercial fechou em 15 de janeiro e já não abriu mais.

"A ideia era estar aberto até 31 de março, mas, perante uma situação de confinamento, o centro começou logo a tentar negociar connosco no pagamento de rendas e a retirada [dos pertences], e assim sucessivamente, para haver uma situação de cessação do espaço o mais rapidamente possível", salientou Rui Umbelino, que tinha a papelaria no Centro Comercial Roma há 11 anos.

Rui Umbelino, que abriu um novo espaço mesmo em frente ao centro comercial, afirmou que "era adiar o inadiável", reconhecendo desconhecer o que irá nascer no histórico edifício, que tinha cerca de 50 lojas.

"[O proprietário] teve o cuidado de me informar, logo no princípio de janeiro, que iríamos estar em confinamento e que depois em 31 de março o centro já não iria reabrir", disse, adiantando que espera que o novo espaço "seja bom para todos e para a Avenida de Roma, que seja um valor acrescentado".

Por seu turno, a presidente da Associação de Comerciantes de Alvalade explicou que ainda não foi informada sobre o novo projeto que vai nascer no espaço do Centro Comercial Roma.

"O centro comercial fecha para abrir outra situação qualquer. Não tive ainda nenhum comunicado, nem nada. Só agora, há poucos dias, é que algumas lojas reabriram, portanto, ainda não há nenhum 'feedback' da situação, que eu tenha conhecimento", afirmou Elsa Gentil Homem.

De acordo com a representante dos comerciantes daquela freguesia de Lisboa, a associação não tem muitos associados na Avenida de Roma e, por isso, o "barulho já não tão grande", como acontece na Avenida da Igreja.

Contactado pela Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de Alvalade também confirmou o encerramento do estabelecimento em janeiro, adiantando que o novo projeto do proprietário "não é do conhecimento da comunidade".

"Nós - Junta de Freguesia - também soubemos do encerramento do espaço através da afixação de avisos na porta de entrada do centro comercial, nas redes sociais e em conversas com os comerciantes, soubemos na mesma altura das outras pessoas. Sabemos que há um projeto para ali, mas não conhecemos, não sabemos qual é a ideia dos proprietários", salientou José António Borges (PS).

O autarca socialista informou ainda que não foi procurado pelos comerciantes do Centro Comercial Roma, nem pelo proprietário, mas indicou que tentou criar alternativas para os comerciantes que "tenham ficado mais descalços".

"Abrimos um concurso para atribuição de bancas nos nossos dois mercados, seja no mercado da [Avenida] Rio de Janeiro, seja no mercado do Jardim [de Alvalade], que é por trás do Centro Comercial Roma, no bairro das Estacas", disse.

Segundo José António Borges, esta solução da autarquia dá uma oportunidade aos comerciantes que tiveram de abandonar o histórico centro comercial, para se candidatarem a uma banca nos mercados da freguesia.

A Lusa tentou contactar o proprietário, a sociedade imobiliária Veifer, para obter mais informações, mas sem sucesso.

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