Montante de créditos em moratória "não é disparatado" (mas fica um aviso)

A EBA acredita que o montante de crédito em moratórias em Portugal "não é disparatado" e considera que vai diminuir ao longo dos próximos meses.

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Notícias ao Minuto
16/03/2021 09:28 ‧ 16/03/2021 por Notícias ao Minuto

Economia

moratórias

O diretor da Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês), Piers Haben, acredita que o montante de créditos em moratórias em Portugal (22%) "não é disparatado", em comparação com outros países, mas avisa que os bancos devem começar já a identificar os clientes que terão dificuldades em retomar os pagamentos

Em declarações ao Jornal de Negócios, Haben disse ainda que "nos próximos seis meses essa percentagem vai ser muito mais baixa e será muito mais fácil para os bancos lidarem com clientes individuais".

Além disso, o prolongamento das moratórias é uma questão que não se coloca no momento: "O nosso enquadramento termina atualmente no final de março. Não tenho informação de que vai ser prolongado".

O importante neste momento, considera Haben é que os bancos monitorizem as situações dos clientes: "O problema vai ser garantir que percebemos que clientes têm dificuldades. As moratórias foram desenhadas para ajudar as pessoas e não podemos dizer que as moratórias são um problema. O que é importante é que temos uma monitorização eficaz e uma relação eficaz [entre clientes e bancos]. Os testes de stress vão ajudar a perceber [onde estão os problemas]". 

As moratórias bancárias suspendem o pagamento das prestações dos empréstimos bancários, mas a prorrogação aprovada no Conselho de Ministros prevê soluções diferentes para as empresas em função do setor em que estão inseridas e do impacto da pandemia na sua atividade.

O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, alertou, na segunda-feira, para a possibilidade de um 'tsunami' de crédito malparado com o fim das moratórias bancárias, caso não haja outros apoios aos setores mais afetados pela crise.

Como funcionam as moratórias atualmente em vigor? 

As empresas inseridas em setores particularmente afetados pela pandemia beneficiarão do prolongamento da moratória até 30 de setembro nos exatos moldes definidos até 31 de março, ou seja, continuarão a beneficiar da suspensão do pagamento do capital em dívida e dos juros.

Estão nesta situação, e de acordo com decreto-lei, as empresas de restauração, transportes aéreo, ferroviário e marítimo, educação, atividades de saúde e desportivas, alojamento e cinema, venda de livros, revistas e jornais ou atividades de teatro, entre outros, num total 31 códigos de atividade económica (CAE).

Já para as restantes empresas que atualmente estão abrangidas pelas moratórias, o prolongamento dos seis meses (até 30 de setembro de 2021) mantém a suspensão do pagamento de capital, mas não dos juros.

Relativamente às famílias, mantém-se a moratória de juros e de capital para créditos à habitação e para despesas de educação e formação.

Leia Também: CGD alerta para 'tsunami' de malparado com fim das moratórias

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