CIP considera "incompreensível" que o mar seja esquecido no PRR
A CIP - Confederação Empresarial de Portugal considerou hoje "incompreensível" que o mar não seja "explicitamente assumido" como prioritário no Plano de Recuperação e Resiliência (PPR), conforme indicado na Visão Estratégica defendida por António Costa Silva.
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Economia PRR
O presidente da CIP, António Saraiva, acompanhado pelo presidente do Conselho Estratégico Economia do Mar, Manuel Tarré, e do especialista internacional em Economia Azul, Miguel Marques, reuniram-se com o Ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, para alertar o Governo sobre a "necessidade de o Mar integrar o PRR", refere a confederação empresarial em comunicado.
Uma vez que Portugal representa mais de metade da área acumulada das Zonas Económicas Exclusivas Marítimas localizadas na Europa, e pertencentes a países da União Europeia, a CIP entende que "será difícil explicar aos portugueses e aos europeus, severamente atingidos pela crise económico-social provocada pela pandemia, a ausência do mar neste instrumento fundamental para a recuperação de Portugal", pode ler-se ainda.
Alerta igualmente para o facto de se tornar "mais árduo para Portugal e para a Europa aumentarem o emprego e a riqueza", com expressão no produto interno bruto (PIB), caso "se ignorarem a economia azul e todo o seu potencial", que é considerado chave para o aumento das exportações.
Além disso, prossegue a CIP, a força motriz do mar manifesta-se em outros setores e áreas de atividade e, no caso da fileira alimentar, o mar é um dos principais setores exportadores, enquanto os portos, a construção naval e os transportes marítimos são vitais para a capacidade exportadora do país.
A CIP alude ainda ao processo de descarbonização, sinalizando que os oceanos são o "ativo mais importante" na concretização deste desafio civilizacional, bem como na área da defesa nacional, a ciência, a robótica azul e a biotecnologia são alavancas para a inovação e transformação digital.
Reportando-se ao exemplo de excelência que tem sido o aumento das exportações pela fileira alimentar do mar, o empresário e presidente da Associação da Indústria Alimentar pelo Frio (ALIF), explicou no encontro como no curto e médio prazos é possível ganhar vantagem social, económica e ambiental do reforço da estratégia relacionada com esta fileira.
Já Miguel Marques apontou os caminhos de crescimento que as economias mais competitivas estão a seguir em indústrias como a construção naval, portos, marinha mercante, defesa, cabos submarinos, robótica e biotecnologia.
E desafiou Portugal a "aproveitar o atual momento para se tornar igualmente mais competitivo", lê-se no comunicado.
Fundada em 1974, a CIP representa, diretamente e através da sua rede associativa, mais de 150 mil empresas, que empregam mais de 1,8 milhões de trabalhadores e são responsáveis por cerca de 71% do PIB de Portugal.
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