Elvas. Fronteiras fechadas até à Páscoa são "passo atrás"
Empresários de Elvas (Portalegre) consideraram hoje "mais um passo atrás" para o negócio da restauração nesta cidade raiana a manutenção do encerramento das fronteiras terrestres entre Portugal e Espanha até à Páscoa.
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Economia Restaurantes
"É mais um passo atrás para nós. Acreditávamos que a questão da fronteira poderia ser [reaberta] antes, estávamos convencidos disso", lamentou à agência Lusa o presidente da Associação Empresarial de Elvas, João Pires.
O responsável recordou que o período da Páscoa em Elvas, que "vive paredes meias" com Badajoz (Espanha), costuma ser, para o setor da restauração, "muito forte". É até uma época festiva "tanto ou mais forte" do que a época do Natal, sublinhou.
"É a semana que os espanhóis fecham [Semana Santa] e era uma semana de muita afluência aqui, quer no comércio, quer na restauração. Era uma loucura", disse.
No entanto, o presidente da Associação Empresarial de Elvas "acredita" que o período do verão não vai ser um "caso perdido" para o setor, como já foram as épocas do Natal e do Carnaval.
"Perdeu-se o Natal, perdeu-se o Carnaval, perde-se a Páscoa, vamos acreditar que não vamos perder o verão", afirmou.
O primeiro-ministro, António Costa, disse na quinta-feira que as fronteiras terrestres entre Portugal e Espanha vão continuar fechadas até à Páscoa e vão manter-se as restrições aos voos provenientes dos países de maior risco.
Apesar de os "níveis da pandemia de um lado e do outro da fronteira permitirem a reabertura, vão manter-se encerradas as fronteiras com Espanha até à Páscoa para evitar as tradicionais grandes deslocações da semana santa", afirmou António Costa.
O primeiro-ministro falava aos jornalistas, desde o Palácio da Ajuda, em Lisboa, no final do Conselho de Ministros que esteve reunido para aprovar o plano do Governo de desconfinamento do país.
Na ocasião, o chefe do Governo António Costa disse ainda que a reabertura da restauração vai arrancar no dia 05 de abril, iniciando-se pelas esplanadas e com o limite máximo de quatro pessoas, seguindo-se a próxima etapa de reabertura a 19 de abril, a partir da qual os estabelecimentos passam a poder ter clientes no interior, com um máximo de quatro pessoas, e nas esplanadas (limite aumenta para seis pessoas).
Contudo, o presidente da Associação Empresarial de Elvas criticou hoje estas datas para a reabertura do setor, que são "daqui a mais de um mês", o que significa "mais um prego no caixão" de muitos empresários.
"Os empresários dos pequenos e médios restaurantes estão a ponderar se abrem ou não", disse.
De acordo com João Pires, o comércio em Elvas também está a passar por uma situação "idêntica" ao do setor da restauração, porque ambos estão de "mãos dadas".
"Os espanhóis, quando vêm a Elvas tomar as refeições, aproveitam e também compram artigos no comércio. Está tudo muito ligado", acrescentou.
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