Associação de pequenos acionistas critica administração da Semapa

A associação de pequenos acionistas Maxyield criticou hoje a administração da Semapa, devido à oferta pública de aquisição (OPA) da Sodim sobre o grupo, considerando que os detentores de posições menos relevantes na empresa ficam prejudicados com esta operação.

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Lusa
10/03/2021 15:42 ‧ 10/03/2021 por Lusa

Economia

Semapa

 

Em 19 de fevereiro, a Semapa anunciou que a 'holding' da família Queiroz Pereira, Sodim, lançou uma OPA "geral e voluntária" sobre as ações que não detém na empresa, oferecendo 11,4 euros por ação.

Hoje, a associação recordou que em 05 de março "foi aprovado pelo Conselho de Administração da Semapa o relatório sobre a oportunidade e as condições da oferta, com base nos projetos de prospeto e de anúncio de lançamento da OPA da Sodim", considerando que este relatório "deveria ter sido elaborado com respeito pelas regras e deveres de cuidado, que lhe são aplicáveis pelo artigo 7.º do CVM [Código de Valores Mobiliários] e observar o interesse de todos os acionistas".

"A informação não é completa, clara, objetiva e lícita, tendo-se preocupado exclusivamente com os interesses da Sodim, em prejuízo dos restantes acionistas", considera a Maxyield, adiantando que o relatório "apenas procurou justificar o preço oferecido, com base na cotação de fecho anterior ao anúncio preliminar e a cotação média ponderada das ações nos seis meses imediatamente anteriores, bem como uma referência grosseira, relativamente aos 'price targets' dos analistas CaixaBI/ESN, CaixaBank BPI e JB Capital Markets".

A associação defende que "a utilização exclusiva do comportamento da ação da Semapa num curto espaço de tempo e em contexto de forte baixa, provocada pela pandemia covid-19, para avaliar a oportunidade da oferta e as suas condições, não é, seguramente, uma metodologia adequada e objetiva", lê-se na mesma nota.

A Maxyield reafirmou ainda que o "valor subjacente à oferta da Semapa é muito inferior ao valor de mercado da Navigator, e ao 'entreprise value' da Secil e da ETSA, as suas subsidiárias nos negócios da pasta e do papel, do cimento e do ambiente".

"O entendimento do Conselho de Administração da Semapa de que a oferta é oportuna e as suas condições são adequadas, não tem fundamento à luz da economia da empresa", diz a Maxyield, alertando ainda para que este órgão de gestão "encontra-se envolvido num cruzamento de interesses que retira credibilidade à avaliação efetuada e é suscetível de pôr em causa os deveres de boa fé, quanto à correção da informação transmitida e quanto à lealdade do comportamento exigidos pelo n.º 5 do artigo 181º do Código dos Valores Mobiliários".

Numa nota enviada também pela Maxyield, a gestora de ativos britânica United First Partners referiu que a oferta "causou um rebuliço" entre os pequenos acionistas, que não concordam com a "baixa avaliação".

A gestora indicou ainda que para conseguir o controlo total da empresa e retirá-la de bolsa a família Queiroz Pereira, que detém a Sodim, poderá ter de melhorar a oferta, duvidando que nos moldes atuais consiga obter o controlo de 90% do grupo.

A Maxyield, por sua vez, recomenda aos seus associados "que não vendam as suas ações nas condições da oferta".

"Sem um aumento substancial do valor oferecido, estamos perante uma significativa perda de valor dos seus investimentos", afirma.

A Sodim detém, através da sua subsidiária Cimo - Gestão de Participações, 71,906% do capital social da Semapa, correspondentes a 73,167% dos direitos de voto da sociedade visada.

Leia Também: Semapa diz que oferta da Sodim é "oportuna" e tem condições "adequadas"

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