Preços de referência nos combustíveis sem benefícios para consumidores
O secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (APETRO), António Comprido, afirmou hoje que uma eventual definição de preços de referência para os combustíveis não deverá beneficiar os consumidores.
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Economia APETRO
"Parece-me que [a definição de preços de referência] não traz nada de bom em termos de melhorar a concorrência. Até do passado temos a experiência quando existia a fixação do preço máximo de venda ao público para alguns produtos que a tendência dos operadores é convergir para esse preço. Portanto, em vez de haver uma maior diferenciação e uma maior concorrência, eventualmente, haverá um acomodar à volta desse preço", afirmou António Comprido.
O secretário-geral da APETRO, que falava durante um encontro com a imprensa em resposta às questões dos jornalistas, afirmou que "não é haver um preço de referência que vai beneficiar os consumidores", porque a eventual definição de preços de referência "pode até servir para os preços se acomodarem à volta desse" valor.
"Não vejo, francamente, grande utilidade", sublinhou António Comprido.
O secretário-geral da APETRO ressalvou, no entanto, que a "indústria está perfeitamente disponível para aceitar aquilo que vier a ser decidido" nesta matéria.
Na quarta-feira, o presidente da Autoridade da Concorrência (AdC) afirmou que a entidade tem "algumas reservas" quanto à possibilidade de virem a ser definidos preços de referência para os combustíveis.
"Temos algumas reservas relativamente à eventualidade de se vir a definir preços de referência [para os combustíveis] para o futuro", disse António Ferreira Gomes, na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas.
O presidente da AdC argumentou que "estabelecer preços de referência para o futuro pode permitir estabelecer um ponto em que os operadores convirjam para aquele preço", o que disse ser negativo do ponto de vista da concorrência.
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