Jerónimo Martins prevê retoma económica no 2.º semestre de 2022
O presidente da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, prevê que a retoma económica em Portugal aconteça no segundo semestre de 2022, enquanto na Polónia a recuperação possa acontecer já na segunda metade deste ano.
© Reuters
Economia Pedro Soares dos Santos
"Pensamos que alguma retoma ou princípio de normalização das situações tenha lugar no segundo semestre de 2022 em Portugal", afirmou o presidente da dona do Pingo Doce, na conferência de imprensa sobre os resultados de 2020, que decorreu por videoconferência.
Para a Polónia, "prevejo que no segundo semestre deste ano possa haver uma grande retoma, porque o Governo polaco teve sempre uma preocupação de não fechar a economia e de proteger o emprego", afirmou o gestor, salientando que neste mercado haverá uma recuperação assim que haja confiança na vacinação e as pessoas sentirem mais segurança.
A Jerónimo Martins está presente em três geografias: Portugal, Polónia e Colômbia.
No caso dos dois mercados europeus, "houve uma grande diferença como ambos os países abordaram" a pandemia, disse.
"Quanto maior for o desconhecido, maior é a importância de um planeamento rigoroso e da disciplina e organização. E nisso os polacos foram muito melhores que os portugueses", sublinhou Pedro Soares dos Santos, acrescentando que "isso indesmentivelmente em Portugal falhou".
O presidente do grupo Jerónimo Martins referiu ainda que o processo de entrada na Roménia "foi adiado" devido à incerteza resultante da pandemia.
Sem avançar datas, o gestor salientou que agora é preciso saber se a Roménia continua a reunir as condições para avançar para este mercado, mas o país "continua a ser prioridade".
A responsável financeira (CFO) acrescentou que, "à partida", a entrada na Roménia "será por aquisição", sem adiantar mais pormenores.
Também com a pandemia ficou adiada a expansão da cadeia de saúde e bem-estar polaca Hebe prevista para a República Checa e Eslováquia.
A Hebe "reestruturou o seu negócio, não vai entrar fisicamente na República Checa e Eslováquia em 2021, vai sim fazer todos os seus investimentos e toda a sua dinâmica de expansão no 'online'", afirmou Pedro Soares dos Santos.
Questionado sobre para quando o 'break-even' (retorno do investimento) da operação da Ara na Colômbia, Pedro Soares dos Santos disse esperar "rapidamente".
Sobre os impostos que entraram em vigor este ano na Polónia, o presidente da Jerónimo Martins disse que a "companhia estava preparada" para estas novas taxas "trabalhou em todas as dimensões na forma como há-de agilizar o seu negócio e proteger a sua rentabilidade", asseverou o gestor.
A empresa "está preparada para poder lidar com estas situações que não são novas, também já tivemos em Portugal", apontou.
O lucro da Jerónimo Martins caiu 19,9% no ano passado, face a 2019, para 312 milhões de euros.
As vendas consolidadas cresceram 3,5% para 19.293 milhões de euros, com um LFL ('like-for-like', ou seja, vendas em lojas que operaram sob as mesmas condições no período em análise) de 3,5%.
O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) desceu 1% no ano passado, face a 2019, para 1.423 milhões de euros.
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