Utentes dos Serviços Públicos consideram investimentos insuficientes
O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos considerou hoje que os investimentos previstos no Plano de Recuperação e Resiliência são insuficientes, deixando de fora alguns fundamentais como o reforço dos cuidados de saúde primários, contratação e valorização de profissionais.
© Reuters
Economia PRR
Em comunicado, o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP), referiu que os investimentos previstos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que está em consulta pública até hoje, "poderiam ser boas notícias se colocados ao serviço do país, revelando-se, no entanto, insuficientes e deixando de fora investimentos fundamentais".
Nesse sentido, o MUSP reiterou a necessidade de se investir nos serviços públicos, na contratação e valorização dos seus profissionais, na aquisição, recuperação e manutenção das suas infraestruturas e equipamentos.
O MUSP defendeu também um reforço dos cuidados de saúde primários, mas também em toda a rede, desde os serviços hospitalares aos cuidados paliativos, à saúde mental e ao tratamento das dependências.
Defendeu igualmente, que o PRR deverá apostar no transporte público com a densificação das redes metropolitanas, mas também na recuperação das ligações ao interior e ainda no serviço postal com distribuição diária em todo o território nacional.
O Movimento considerou igualmente que deve ser feita uma aposta nos serviços bancários de proximidade e sem a cobrança de taxas pelos serviços mínimos, "numa política energética ao serviço do país, que desonere os consumidores domésticos e as Pequenas e Médias Empresas.
O MUSP reiterou também a necessidade de apostar numa política de gestão dos recursos hídricos que garanta a sustentabilidade ambiental.
Na nota, o Movimento realçou que no que diz respeito à cultura, o PRR não tem "nem uma palavra, frase ou parágrafo para um setor que tanto contribui para o PIB nacional".
Na opinião do MUSP, é fundamental o investimento público "para dotar o país de respostas eficazes às necessidades dos portugueses, no quadro do incremento da sua capacidade produtiva, no combate às assimetrias regionais e ao desemprego, para a elevação das condições de vida das populações".
"É cedo para falar do grau de execução do PRR, mas reiteramos as preocupações com a execução do Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020 em que dos 25.185 milhões de euros atribuídos a Portugal para serem utilizados no período 2014/2020, o nosso país utilizou, até ao final de 2020, apenas 14.670 milhões de euros, isto é 58,2% do total previsto, estando ainda por utilizar 10.515 milhões de euros, quase tanto como a Bazuca", é referido.
De acordo com o Movimento, o quadro plurianual 2014/2020 não resolveu os graves problemas de falta de investimento que o país necessita para se modernizar.
"O crescimento económico nos últimos anos pautou se pelo pouco investimento e pela política de baixos salários. A continuar assim não vamos longe", é sublinhado.
O PRR, para aceder às verbas comunitárias pós-crise da covid-19, está em consulta pública até hoje e prevê 36 reformas e 77 investimentos nas áreas sociais, clima e digitalização, num total de 13,9 mil milhões de euros em subvenções.
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