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Lucro da Corticeira Amorim recua 14,2% para 64,3 ME em 2020

O lucro da Corticeira Amorim recuou 14,2%, para 64,3 milhões de euros, em 2020 face a 2019, tendo as vendas consolidadas diminuído 5,2% para 740,1 milhões de euros, divulgou hoje a empresa.

Lucro da Corticeira Amorim recua 14,2% para 64,3 ME em 2020
Notícias ao Minuto

16:56 - 24/02/21 por Lusa

Economia Corticeira Amorim

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Corticeira Amorim nota que, "excluindo o evento não recorrente associado à venda da US Floors e os gastos não recorrentes [resultantes do pagamento de um prémio extraordinário aos colaboradores e de indemnizações por reestruturação], o decréscimo do resultado líquido seria de 4,8%".

Segundo adianta, o Conselho de Administração propôs à assembleia-geral de acionistas, agendada para 23 de abril, a distribuição de um dividendo bruto de 0,185 euros por ação, à semelhança do ano anterior.

Relativamente ao impacto da pandemia na atividade da empresa, a Corticeira Amorim refere que, "após um segundo trimestre severamente afetado por condições de mercado muito desfavoráveis, assistiu-se a uma melhoria da atividade no segundo semestre do ano".

"Em 2021 o grau de incerteza ainda é elevado, tornando difícil avaliar a dimensão e a extensão dos impactos diretos e indiretos da pandemia por covid-19 no futuro", sustenta, embora admitindo que "o primeiro trimestre do ano 2021, quando comparado com o primeiro trimestre de 2020, que praticamente não foi afetado pela pandemia, dificilmente deixará de apresentar impactos significativos na atividade da Corticeira Amorim".

Para o evoluir da atividade ao longo deste ano, a corticeira diz que será determinante "a evolução e a extensão do processo de vacinação em curso e a eficácia da vacina, contrabalançadas pela eventual necessidade de implementação de medidas de contenção adicionais".

No exercício de 2020, o EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) consolidado da Corticeira Amorim atingiu os 122,5 milhões de euros, um decréscimo de 1,8% face ao ano anterior, mas inferior ao recuo das vendas (-5,2%).

O rácio EBITDA/vendas subiu para 16,6% (16,0% em 2019), "beneficiando do consumo de matérias-primas adquiridas a preços mais favoráveis, de ganhos de eficiência operacional e de aumentos de preços de venda, que compensaram o efeito negativo de menores níveis de atividade e da desvalorização cambial".

Segundo a empresa com sede em Mozelos, Santa Maria da Feira, no ano passado as vendas consolidadas atingiram os 740,1 milhões de euros, recuado 5,2% face ao ano anterior, com a crise sanitária decorrente da pandemia a condicionar "significativamente a atividade de todas as unidades de negócio (UN) a partir do segundo trimestre do ano".

As vendas foram ainda penalizadas "por uma evolução cambial desfavorável, especialmente no segundo semestre do ano", sendo que, excluindo este efeito, a variação deste indicador teria sido de -4,2%.

Todas as unidades de negócio registaram decréscimos de vendas em 2020, exceto a UN Revestimentos que, apesar da desaceleração no final do ano, teve um crescimento de vendas de 3,2%, para 112,1 milhões de euros, impulsionada pelo "grande dinamismo na Alemanha e Portugal, bem como nos EUA".

As vendas da UN Rolhas, que representam 70% da faturação consolidada da Corticeira Amorim, caíram 5,7%, para 527,3 milhões de euros, sobretudo devido à "redução do consumo de vinho, particularmente no canal HoReCa [hotelaria, restauração e cafetaria], e do encerramento temporário de alguns dos seus clientes".

Já a UN Aglomerados Compósitos viu a faturação recuar 8,9%, para 95,2 milhões de euros, ao ser "afetada pelo encerramento temporário de alguns dos seus clientes e pela implementação do SAP em junho, que condicionou o normal funcionamento da UN nos meses subsequentes", assim como pela desvalorização do dólar.

No que se refere ao desempenho operacional das várias unidades de negócio, as UN Matérias-Primas e Rolhas registaram um EBITDA de 114,0 milhões de euros, um decréscimo de 3,3% face ao período homólogo, destacando-se o "desempenho positivo" da UN Rolhas, ao conseguir "conter o decréscimo do EBITDA em 3,8% face a um decréscimo de vendas de 5,7%".

Para tal, a Corticeira Amorim diz terem sido "decisivas a redução dos preços de consumos de cortiça, o ajustamento de valor de alguns produtos e as melhorias introduzidas na área operacional, que atenuaram o impacto negativo dos menores níveis de atividade registados".

O EBITDA da UN Revestimentos atingiu 1,8 milhões de euros, o que compara com um valor negativo de 2,5 milhões de euros em 2019, beneficiando das "melhorias do 'mix' de produtos vendidos, com maior crescimento dos produtos fabricados", das "medidas de racionalização e otimização em termos de estrutura administrativa, industrial, logística e comercial" e da "não repetição dos gastos incorridos em 2019 no desenvolvimento e lançamento da gama de produtos Amorim WISE".

Já o EBITDA da UN Aglomerados Compósitos recuou 32,7%, para 8,3 milhões de euros, "penalizado sobretudo pelos menores níveis de atividade e pela desvalorização do dólar norte-americano", e apesar do impacto positivo da redução dos custos das matérias-primas (cortiça e não-cortiça) e das melhorias de eficiência operacional e de aproveitamento da cortiça.

Quanto à UN Isolamentos, apresentou uma "evolução muito positiva", tendo o EBITDA aumentado de 200 mil euros em 2019 para 900 mil euros em 2020, devido à redução do preço de consumo de cortiça.

No exercício de 2020, os gastos não recorrentes da Corticeira Amorim aumentaram devido ao pagamento de um prémio extraordinário aos colaboradores do grupo e por gastos de reestruturação sobretudo decorrentes de indemnizações pagas nas UN Rolhas, Revestimentos e Aglomerados Compósitos.

Já a redução do resultado de associadas "reflete essencialmente o recebimento em 2019 de 2,9 milhões de euros decorrentes da venda da US Floors": "Sendo este o valor final associado a esta operação, o seu impacto afetou apenas os resultados do período homólogo do ano anterior", explica a corticeira.

No final de 2020, a dívida remunerada líquida da Corticeira Amorim ascendia a 110,7 milhões de euros, abaixo dos 161,1 milhões de euros no final de 2019.

Conforme explica a empresa, "apesar do aumento do investimento em ativo fixo (45 milhões de euros), do pagamento de dividendos (25 milhões de euros) e das aquisições de 10% da Bourrassé (cinco milhões de euros) e de 30% da Elfverson (dois milhões de euros), foi possível reduzir a dívida líquida em 50,4 milhões de euros no ano de 2020".

Em 2020, a corticeira destaca ainda a primeira emissão 'obrigações verdes', no valor de 40 milhões de euros, por subscrição particular, sem garantias e pelo prazo de cinco anos.

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