"Gostava que o próximo Presidente da República fosse mais ativo em respeito ao nosso caso porque toda a classe política portuguesa sabe da nossa situação, mas resolver o problema é outro caso", disse Carlos Costa, organizador do movimentoEmigrantes Lesados Unidos, em declarações à Agência Lusa.
O protesto juntou esta manhã cerca de 30 pessoas noConsulado Geral de Portugal em Paris onde decorria o primeiro dia de votação para as eleições presidenciais.
"O nosso voto quer dizer que somos portugueses. E não somos nem de primeira, nem de segunda, somos portugueses como todos. Ajudamos o nosso país e enviamos para lá dinheiro", defendeu Carlos Costa.
O principal motivo dos protestos deste sábado tem a ver como reembolso dos produtos de poupança como o EURO AFORRO 10 que ficaram fora do acordo com os emigrantes lesados.
Rodrigo Lourenço, emigrante em França, investiu 150 mil euros neste tipo de produtos e, até agora, só lhe foi reembolsado 13% desse valor, sem resposta para o resto do capital.
"Não há solução. Perguntei se era bom continuar com os advogados e processos, já gastei imenso dinheiro, e disseram que não valia a pena. Agora só espero que seja o Governo a tomar conta", indicou Rodrigo Lourenço, que tem partilhado a sua história nas redes sociais.
Dos cerca de 4.000 emigrantes em França lesados pelo BES, metade aceitou o acordo que previa a devolução mais rápida de 75% do que tinham investido - tendo havido outro acordo de quase 100% de devolução, mas com uma data mais longínqua.
Desde 2016 que este grupo de lesados do BES se manifesta em diferentes ocasiões, defendendo os direitos dos portugueses que vivem no estrangeiro.
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