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"Vamos tentar ser porta-vozes dos interesses do Brasil junto da UE"

O novo embaixador português no Brasil, Luís Faro Ramos, disse à Lusa que, durante a presidência de Portugal da União Europeia (UE), Lisboa tentará, de algum modo, atuar como porta-voz dos interesses do país sul-americano junto aos europeus.

"Vamos tentar ser porta-vozes dos interesses do Brasil junto da UE"
Notícias ao Minuto

10:26 - 20/01/21 por Lusa

Economia Embaixador

"Para lá da parte bilateral, dá-se a circunstância de Portugal estar, a partir do dia 1 de janeiro até o dia 30 de junho, a exercer a presidência do Conselho da União Europeia e então, nós sabemos que há dossiês que interessam ao Brasil e à América Latina", frisou Luís Faro Ramos.

"Vamos tentar, digamos de algum modo, ser os porta-vozes do Brasil nos interesses que o Brasil tem junto a UE. Aqui ganha um interesse muito particular o acordo da UE-Mercosul", acrescentou.

O acordo de livre comércio entre a UE e o Mercado Comum do Sul (Mercosul), integrado pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, foi fechado em 2019, depois de 20 anos de negociações.

O pacto abrange um universo de 740 milhões de consumidores, que representam um quarto da riqueza mundial, mas antes de entrar em vigor precisará ser ratificado internamente pelos países membros dos dois blocos envolvidos.

Na Europa, o principal argumento contra o tratado é a mudança da política para o meio ambiente que provocou o aumento da desflorestação da Amazónia e o desmantelamento de ações de fiscalização e punição de crimes ambientais no Brasil, aplicada na gestão do Presidente, Jair Bolsonaro.

Países como a Áustria, Holanda e a região da Valônia, na Bélgica, já anunciaram que não vão ratificar o acordo. França, Luxemburgo e a Irlanda também se manifestaram contra o tratado de comércio.

Na última reunião da comissão parlamentar de Assuntos Europeus, representantes do BE, PCP, Verdes e a deputada não-inscrita Cristina Rodrigues pediram ao Governo português que rejeite o acordo, advertindo para os seus "graves" impactos ambientais e sociais.

Questionado sobre o tratado, Luís Faro Ramos avaliou que Portugal "está pronto para aceitar o acordo na sua plenitude", mas reconheceu que "tem havido alguns atrasos tanto do lado europeu quanto do lado do Mercosul nesta matéria".

"Portugal, enquanto [estiver na] Presidência do Conselho da UE vai fazer tudo para avançar no acordo. É preciso aqui, não podemos escondê-lo, colaboração tanto da parte das instituições europeias, em Bruxelas, quanto da parte dos países do Mercosul, incluindo o Brasil", avisou.

"Na presidência [da UE] pretendemos levar este assunto a um bom porto. É, como sabem, um assunto que não é muito simples, mas penso que com boa vontade, iniciativa e espírito de colaboração de todas as partes poderemos chegar a um entendimento que seja confortável para todos", acrescentou.

Questionado sobre as prioridades que terá no comando da embaixada de Portugal no Brasil, posto que assumiu no final do ano passado, Luís Faro Ramos disse que o objetivo é estreitar ainda mais os laços entre os dois países.

"O relacionamento entre Portugal e o Brasil é muito denso, singular e único. Usando uma imagem, que me parece interessante, digo que quando nós olhamos ao espelho Portugal, o espelho nos devolve o Brasil, o espelho amplia-nos. Amplia aquilo que é Portugal", explicou o embaixador.

"As minhas prioridades serão continuar a excelência do relacionamento que existe entre os dois países, em muitas áreas, desde a parte da economia, a parte cultural, a parte institucional, a parte da ciência e tecnologia a parte da defesa. Se pensarmos bem, não há praticamente nenhuma área onde não haja uma cooperação e uma relação muito intensa entre Portugal e o Brasil", completou.

O diplomata fez questão de incluir, entre suas prioridades de sua admistração na embaixada, uma atenção especial que pretende dar a comunidade portuguesa e aos lusodescendentes que moram no Brasil.

"O Brasil, neste momento, é o lugar onde a comunidade portuguesa e lusodescendente é mais significativa", concluiu, numa referência ao elevado número de emigrantes.

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