EUA suspendem importações de algodão da província chinesa de Xinjiang
O governo norte-americano anunciou hoje a suspensão de importações de algodão de Xinjiang, China, por suspeitas de violações de Direitos Humanos na província pelas autoridades chinesas contra a minoria étnica uigur.
© Reuters
Economia EUA/China
De acordo com responsáveis das Alfândegas e Segurança de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês), a administração norte-americana irá impedir a entrada de algodão de Xinjiang fazendo uso de poderes para bloquear a entrada de bens suspeitos de terem sido produzidos com recurso a trabalhos forçados.
Numa conferência de imprensa telefónica para anunciar a medida, o secretário adjunto do Departamento de Segurança Interna, Ken Cuccinelli, afirmou que o principal objetivo é que a China "acabe com as práticas horríveis" na província de Xinjiang.
A província chinesa é uma das principais produtoras de algodão do mundo, representando cerca de 20% do comércio mundial da matéria-prima, segundo a organização não-governamental Consórcio para os Direitos dos Trabalhadores.
Além do algodão, a medida abrange o tomate e outros produtos provenientes de Xinjiang.
A administração Trump bloqueou anteriormente importações de empresas específicas acusadas de trabalhos forçados, para além de impor sanções a responsáveis do Partido Comunista Chinês envolvidos nestas operações.
No ano passado, os EUA importaram produtos de algodão da China no valor de 9 mil milhões de dólares (7,4 mil milhões de euros), segundo Brenda Smith, comissária executiva adjunta do gabinete para o comércio da CBP.
Nos últimos meses, adiantou, os EUA impediram a entrada de 43 carregamentos, no valor de 2 milhões de dólares (1,64 milhões de euros), ao abrigo de uma ordem de Novembro de 2020 que proíbe a entrada de produtos de uma empresa que controla cerca de um terço da produção de algodão em Xinjiang.
A administração norte-americana acusa a China de ter sob detenção na província mais um milhão de pessoas, de etnia uigur e outras maioritariamente muçulmanas, com recurso a tortura, endoutrinação política e outras práticas atentatórias dos Direitos Humanos.
A China rejeita as alegações de trabalhos forçados e outras violações humanitárias, afirmando que o objetivo da reclusão de uigures nos campos é promover o desenvolvimento económico e social na região e estancar o radicalismo islâmico.
Em conferência de imprensa hoje em Pequim, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, sustentou que os trabalhadores uigures assinam contratos e são remunerados.
"Os alegados trabalhos forçados não são mais do que mentiras fabricadas por certas instituições e indivíduos em países Ocidentais", disse Zhao.
Também os governos do Canadá e Reino Unido anunciaram recentemente que irão impedir a entrada nos seus países de bens produzidos com recurso a trabalhos forçados.
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