Portugal coloca dívida a 10 anos com juros negativos pela 1.ª vez
Segundo a página do IGCP, que gere a dívida pública, na agência Bloomberg, foram colocados 500 milhões de euros em OT com maturidade em 18 de outubro de 2030 (cerca de 10 anos) à taxa de juro de -0,012%.
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Economia Dívida
A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública emitiu, esta quarta-feira, pela primeira vez dívida a 10 anos com juros negativos. Este é um marco histórico para as emissões de dívida pública.
Segundo a página do IGCP, que gere a dívida pública, na agência Bloomberg, foram colocados 500 milhões de euros em OT com maturidade em 18 de outubro de 2030 (cerca de 10 anos) à taxa de juro de -0,012%. A procura cifrou-se em 1.511 milhões de euros, 3,02 vezes o montante colocado.
Com maturidade em 12 de outubro de 2035 (cerca de 15 anos), Portugal colocou hoje 750 milhões de euros à taxa de juro de 0,319% e a procura atingiu 1.911 milhões de euros, 2,55 vezes o montante colocado.
O IGCP anunciou que realizava hoje dois leilões de OT com maturidade em 18 de outubro de 2030 (cerca de 10 anos) e em 12 de outubro de 2035 (cerca de 15 anos) e um montante indicativo global entre 1.000 milhões de euros e 1.250 milhões de euros.
No anterior leilão de OT a cerca de 10 anos, em 9 de setembro, Portugal colocou 964 milhões de euros em OT com maturidade em 18 de outubro de 2030 (OT 0,475% 18out2030) à taxa de juro de 0,329%, inferior à registada em 26 de agosto, de 0,336%, quando foram colocados 800 milhões de euros. A procura cifrou-se em 2.110 milhões de euros, 2,19 vezes o montante colocado.
Em relação ao anterior leilão com um prazo similar a 15 anos, Portugal colocou em 14 de outubro do ano passado 346 milhões de euros em OT a 17 anos à taxa de juro de 0,472%, tendo a procura atingido 793 milhões de euros, 2,29 vezes o montante colocado.
O IGCP planeia emitir 15 mil milhões de euros de dívida em OT durante este ano.
Segundo um comunicado de imprensa da entidade presidida por Cristina Casalinho, o Programa de Financiamento da República Portuguesa contempla que "o montante das necessidades de financiamento líquidas do Estado no ano de 2021 deverá situar-se em cerca de 14 mil milhões de euros".
"A estratégia de financiamento para 2021 centrar-se-á na emissão de títulos de dívida pública nos mercados financeiros em EUR [euros] com realização regular de emissões de Obrigações do Tesouro (OT), para promover a liquidez e um funcionamento eficiente dos mercados primário e secundário", pode ler-se na nota informativa.
De acordo com o IGCP, "um montante de EUR 15 mil milhões será obtido via emissão bruta de OT, combinando sindicatos e leilões, assegurando emissões mensais", sendo que os leilões "terão a participação dos Operadores Especializados de Valores do Tesouro (OEVT) e Operadores de Mercado Primário (OMP)", realizados às segundas ou quartas quartas-feiras de cada mês.
Na quinta-feira, o Conselho de Ministros aprovou uma resolução que autoriza o ICGP "a emitir dívida pública de acordo com os limites estabelecidos no Orçamento do Estado para 2021". De acordo com o OE2021, o Estado pode endividar-se este ano até aos 19,9 mil milhões de euros.
[Notícia atualizada às 11h15.]
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