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2020: O ano da reviravolta na estrutura acionista da Media Capital

O ano de 2020 marcou uma reviravolta na estrutura acionista da Media Capital, com a entrada do empresário Mário Ferreira e a saída da Prisa, mas ainda falta o desfecho das duas OPA sobre a empresa.

2020: O ano da reviravolta na estrutura acionista da Media Capital
Notícias ao Minuto

08:00 - 26/12/20 por Lusa

Economia Media Capital

Depois de três tentativas de compra falhadas na última década e, numa altura em que o setor atravessa uma crise agravada pela pandemia de covid-19, a dona da TVI espera agora ganhar novo "fôlego" com Mário Ferreira, dono da Pluris Investments e da Douro Azul, na presidência.

O ano começou com a oferta pública de aquisição (OPA) da Cofina, lançada em setembro de 2019, em curso, mas em março, quando o mercado dava como certa a compra da Media Capital por aquele grupo, o anúncio da desistência - em 11 de março e em vésperas de estado de emergência - apanhou todos de surpresa, incluindo Mário Ferreira, que tinha sido desafiado pelo presidente da Cofina, Paulo Fernandes, a envolver-se no negócio.

A operação de aumento de capital da Cofina, de 85 milhões de euros, tinha ficado aquém do objetivo por cerca de três milhões de euros.

A decisão não deixou contente a espanhola Prisa, na altura dona da Media Capital, que contactou Mário Ferreira no dia seguinte, em busca de um parceiro português, o que acabou por chegar "a bom porto" em 14 de maio, quando a Pluris Investmets assumiu 30,22% da dona da TVI por 10,5 milhões de euros.

Quase três meses depois, em 12 de agosto, a Cofina lançou uma OPA sobre a totalidade do capital da Media Capital, alterando a oferta de 21 de setembro, com um valor de referência proposto de 0,415 euros por ação, a que corresponde a um montante total de 35 milhões de euros e considera um 'entreprise value' de cerca de 130 milhões de euros.

Tendo em conta o acordo parassocial assinado entre a Pluris Investments e a Prisa (que detinha a participação na Media Capital através da Vertix), a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) iniciou uma análise sobre a existência de concertação entre as partes na dona da TVI.

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) também confirmou que estava a analisar "as mudanças relevantes na estrutura da TVI", tendo prometido uma "averiguação rigorosa" no âmbito da entrada de Mário Ferreira na Media Capital.

Enquanto os reguladores analisavam a situação, em 04 de setembro, a Prisa anunciou a venda da totalidade da sua posição na dona da TVI a vários investidores, por 36,85 milhões de euros.

Em 15 de outubro, a ERC deliberou a instauração de uma contraordenação à Vertix/Prisa e à Pluris/Mário Ferreira por "fortes indícios" de alteração não autorizada de domínio na Media Capital, salientando que essa alteração sem a autorização do regulador envolve a nulidade do negócio.

Em 03 de novembro, mais de 14 anos depois de ter lançado a OPA sobre a totalidade da dona da TVI, a Prisa concluiu a venda de toda a sua participação na Media Capital.

Quinze dias depois, a CMVM concluiu pela existência do "exercício concertado" entre a Vertix (Prisa) e a Pluris Investments na Media Capital, pelo que Mário Ferreira teve de lançar uma OPA obrigatória sobre 69,78% da Media Capital, tendo o anúncio preliminar da oferta sido feito em 25 de novembro, com uma contrapartida nunca inferior a 67 cêntimos por ação.

Mário Ferreira rejeitou a existência de uma concertação, referindo apenas que houve um "alinhamento de ideias".

Aguarda-se ainda a deliberação final da ERC, mas já se constatou que as relações entre a Pluris Investments e o regulador dos media são "tensas".

Na véspera da assembleia-geral de acionistas da Media Capital, em 23 de novembro, que elegeu Mário Ferreira presidente do grupo, o regulador dos media disse ter "fundadas dúvidas sobre a identidade" dos acionistas da Media Capital e avisou que qualquer decisão tomada na reunião magna que pudesse envolver alteração de domínio poderia não ser reconhecida.

No dia seguinte, Mário Ferreira, na primeira conferência de imprensa com a nova administração e acionistas da Media Capital, respondeu que a deliberação do regulador "é muito grave" e podia "pôr em causa a sobrevivência da TVI".

"O condicionamento e a dualidade de critérios determinados pela deliberação da ERC implicam o risco de paralisação da atividade de um dos mais relevantes grupos de comunicação social do país, precisamente o contrário do que esta entidade deveria de fazer e promover", afirmou Mário Ferreira na altura, tendo também tecido duras críticas à Cofina.

Em setembro, Mário Ferreira tinha apresentado uma queixa na ERC contra o grupo Cofina, pelo ataque que considera que lhe está a ser feito, e a direção do Correio da Manhã e da CMTV mandatou os seus advogados para avançar com uma queixa-crime, no início de outubro, contra o empresário.

Aliás, na conferência de imprensa, em 24 de novembro, Mário Ferreira denunciou que "diversos acionistas" da Media Capital "têm sido alvo de ameaças" e difamação e acusou a Cofina de estar por trás dos ataques.

Além da decisão final da ERC, o registo das duas OPA está agora dependente da definição do preço que vier a ser determinado pelo auditor dependente, devendo o prazo de aceitação das ofertas decorrer, em conformidade com o regime das ofertas concorrentes, em simultâneo.

De acordo com a nova estrutura acionista da Media Capital, disponível no 'site' com data de 03 de novembro, a Pluris Investments detém 30,22%, seguida da Triun, com 23%, Biz Partners (11,97%), CIN (11,20%), Zenithodyssey (10%), Fitas & Essências (3%), DoCasal Investimentos (empresa da apresentadora e diretora de entretenimento e ficção da TVI, Cristina Ferreira), com 2,5%, e NCG Banco (5,05%).

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