Minsk prepara "resposta adequada" a nova ronda de sanções da UE
O Governo da Bielorrússia anunciou hoje que prepara uma resposta adequada à terceira ronda de sanções impostas quinta-feira pela União Europeia (UE) a 29 pessoas, sete entidades vinculadas ao regime de Alexander Lukashenko, acusado de repressão e fraude eleitoral.
© Reuters
Economia Bielorrússia
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia, Anatoli Glaz, qualificou a decisão dos 27 Estados-membros de "absolutamente estúpida, míope e em todos os aspetos defeituosa, que apenas trará consequências negativas, incluindo para os nobres objetivos e ideais pelos quais a UE supostamente se preocupa".
De acordo com o mesmo responsável, citado pela agência estatal BELTA, a decisão aprovada em Bruxelas constitui "uma tentativa habitual de ingerência externa nos assuntos internos de um Estado independente".
Glaz assegurou que a Bielorrússia "vai adotar os passos adequados para proteger os direitos e os interesses legítimos dos seus cidadãos e as entidades jurídicas" sancionadas.
"A nossa resposta foi preparada. Algumas das medidas são bastantes delicadas", afirmou, antes de sublinhar que o Governo de Minsk está convencido que a resolução das diferenças entre a Bielorrússia e a UE "apenas é possível através de um diálogo aberto, baseado na igualdade e respeito mútuo".
"Sempre estivemos e estamos preparados para esse diálogo", indicou o porta-voz.
As sanções comunitárias, também justificadas pelo apoio aos direitos democráticos da população, incluem altos cargos bielorrussos responsáveis pela violenta repressão e intimidação de manifestantes pacíficos, membros da oposição e jornalistas no decurso dos protestos antigovernamentais que desde há quatro meses decorrem em Minsk e outras cidades para exigir a renúncia do Presidente.
Entre outros responsáveis, a UE sancionou o ministro da Informação, o procurador-geral da Bielorrússia, a presidente do Conselho da República da Assembleia Nacional, o presidente da companhia estatal da Rádio e Televisão, juízes de diversas regiões e responsáveis da polícia.
As sanções preveem a congelação de bens no espaço comum e a proibição de viagens para o interior do espaço europeu.
É ainda realçado que "cidadãos e companhias da UE ficam proibidos de fornecer fundos aos indivíduos e às entidades que constam na lista".
O Conselho refere que o objetivo é mostrar aos "atores políticos e económicos" que o apoio ao regime bielorrusso "tem um custo".
É o terceiro pacote de sanções imposto pela UE a entidades bielorrussas, estando atualmente 88 indivíduos e sete entidades incluídos no atual regime.
Entre esses indivíduos, encontra-se o líder bielorrusso, Alexander Lukashenko, que, a 06 de novembro, passou a ser visado pelo regime de sanções da UE após não ter sido incluído no primeiro pacote de sanções da UE para, segundo os líderes europeus, não minar a possibilidade de um diálogo construtivo com as autoridades bielorrussas.
A UE recusa-se a reconhecer o resultado das eleições presidências da Bielorrússia a 09 de agosto, que deu a vitória a Alexander Lukashenko com 80% dos votos.
A 24 de setembro, um dia após a tomada de posse de Lukashenko, o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell referiu que a posse do cargo "contradiz diretamente a vontade de grande parte da população bielorrussa, tal como foi expresso em inúmeras manifestações pacíficas desde as eleições".
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