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Índia, Brasil e México sob maior pressão de mudanças laborais

Os profissionais da Índia, Brasil e México são os que estão sob maior pressão de mudanças laborais provocadas pela pandemia, representando isto o maior risco para a recuperação das empresas nestes países, conclui um estudo publicado hoje.

Índia, Brasil e México sob maior pressão de mudanças laborais
Notícias ao Minuto

06:20 - 03/12/20 por Lusa

Economia Covid-19

O relatório "The State of the Skills in 2021: Endangered" (O Estado das Competências em 2021 - Ameaças", encomendado pela plataforma de formação digital Degreed a Censuswide, revela que seis em cada 10 inquiridos acreditam que a Covid-19 "acelerou a necessidade" de aprendizagem.

Segundo o estudo, que entrevistou 5.208 profissionais de oito países, entre 4 e 12 de agosto deste ano, aqueles que sentem maior pressão para adquirir novas competências e que também perderam mais oportunidades de acesso à formação com a pandemia são os indianos (72%), seguidos pelos brasileiros (62%) e mexicanos (56%).

Seguem-se os australianos (42%), os alemães (41%), os franceses (39%), os britânicos (37%) e os americanos (36%).

Além disso, 46% dos profissionais acreditam que as suas competências se tornarão obsoletas nos próximos cinco anos, embora esta percentagem atinja 73% no caso da Índia e 65% no do Brasil.

Neste sentido, a vice-presidente de vendas da Degreed para a América Latina e Caraíbas, Debora Brewer, que está a liderar o projeto de expansão na região, desde 2018, explicou à Efe que a Índia, o Brasil e o México são os mais vulneráveis, porque são, ao mesmo tempo, os mercados emergentes mais afetados pela covid-19.

Mas segundo Brewer, a falta de oportunidades, o baixo nível de educação e qualificação da mão-de-obra, bem como os fatores culturais, também explicam os números expressos no relatório.

"Os trabalhadores nestes mercados enfrentam uma pressão muito elevada para aprenderem novas competências, porque as empresas não estavam preparadas (para as mudanças geradas pela pandemia)", explicou.

"O nível educacional destes países é muito inferior, em comparação com outros, e, como resultado, há mais espaço para os trabalhadores sentirem que as suas competências essenciais se tornarão obsoletas", acrescentou Brewer.

De acordo com a direção da Degreed, "estes países estão a enfrentar uma emergência de qualificação pós covid-19 que pode ter impacto na recuperação económica e empresarial nos próximos meses".

De acordo com o relatório, baseado em entrevistas a profissionais de vários setores, "o crescimento percentual mais rápido da procura global de competências durante a próxima década será na área da tecnologia e programação".

A fluência digital será também um requisito básico para muitas empresas.

Contudo, "as mesmas previsões apontam para que o maior crescimento será na procura de competências cognitivas, tais como criatividade ou resolução de problemas, e competências sociais, tais como comunicação ou empreendedorismo ou liderança", afirma o relatório.

O inquérito, divulgado hoje salienta ainda que a crise causada pela pandemia também deixou os profissionais mais stressados e vulneráveis, o que se reflete diretamente no seu desempenho.

Dos inquiridos, 42% acreditam que as suas empresas optariam por despedir empregados em vez de os requalificar ou mudar de funções, o que suscita preocupações.

"Estamos a ver isto no Brasil, que tem a taxa de desemprego mais elevada, com um recorde de 14,6%, e ver este tipo de notícias aumenta o medo e a insegurança dos trabalhadores", disse Brewer.

Assim, 36% dos trabalhadores disseram que a ansiedade sobre a necessidade de aprender começou a afetar a sua saúde mental, especialmente no Brasil e na Austrália, onde esta percentagem atingiu os 46%.

Entretanto, 55% deles viram as suas tarefas tornar-se mais stressantes, um número que atingiu 68% nos Estados Unidos e 63% no México.

Da mesma forma, 41% dos inquiridos afirmaram que neste contexto aumentou o tempo que levam a concluir as suas atividades de trabalho, enquanto 22% afirmaram que a qualidade do trabalho que realizam diminuiu, percentagens que no Brasil atingiram 49% e 41%, respetivamente.

Por conseguinte, Brewer propõe como solução: que as empresas invistam na qualificação dos seus empregados de forma integrada com o seu fluxo de trabalho, uma estratégia que permita aumentar a produtividade ou as vendas da empresa.

"É necessário dar ao trabalhador a liberdade de aprender todos os dias e que este processo seja integrado no seu fluxo de trabalho e não algo obrigatório", concluiu o representante da plataforma, que tem mais de 4 milhões de utilizadores ligados através de 250 clientes.

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