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Alfeite. Trabalhadores temem que salários de dezembro não sejam pagos

A comissão de trabalhadores do Arsenal do Alfeite, S.A. afirmou hoje recear que os salários de dezembro não sejam pagos, numa audição parlamentar onde PS, PSD e BE reconheceram a situação financeira grave que a empresa atravessa.

Alfeite. Trabalhadores temem que salários de dezembro não sejam pagos
Notícias ao Minuto

17:32 - 02/12/20 por Lusa

Economia Arsenal do Alfeite

As preocupações da comissão de trabalhadores do Arsenal do Alfeite, S.A. foram transmitidas esta tarde aos deputados da Assembleia da República, numa audição 'online', requerida pelo PSD, BE e PCP, na comissão parlamentar de Defesa Nacional. 

"Estamos preocupados sobre se logo a seguir [ao pagamento do subsídio de Natal] irá haver dinheiro para a situação do salário de dezembro", apontou António Pereira, membro da comissão de trabalhadores. 

Em novembro, a nova administração do Arsenal comunicou aos trabalhadores que a empresa vive uma situação "crítica" e que falta a verba para o subsídio de Natal, normalmente pago com o salário de novembro, garantindo que vai obter liquidez para o pagamento do subsídio até à data limite legal, dia 15 de dezembro

Sobre as relações com a nova administração, a comissão adiantou que "tem existido diálogo", à semelhança de conselhos anteriores, e que as dificuldades da empresa têm sido transmitidas "sem qualquer rodeio".

Entre as principais preocupações dos trabalhadores estão a "situação de tesouraria dramática" da empresa, as dificuldades em pagar salários que se arrasta desde setembro, o não descongelamento de promoções e a diminuição do efetivo de trabalhadores.

"O ano passado foram admitidos 38 trabalhadores, mas poderíamos ter admitido 52 segundo o despacho do decreto de lei de execução orçamental e tal não aconteceu", aditou António Pereira. 

Aquela estrutura representativa dos trabalhadores considerou ainda urgentes as obras de ampliação da doca do arsenal, ocupada de momento com um submarino, para que a empresa consiga dar resposta a outros serviços, lamentando que a antiga escola de formação não esteja ativa, apesar de equipada. 

O deputado Diogo Leão, do PS, apontou a obrigação de pagamento de salários tem que ser cumprida mas ao mesmo tempo disse ter noção de que "a situação financeira é grave" e que a administração tomou posse há pouco tempo. Já a deputada Ana Miguel Santos focou as suas perguntas nos trabalhos pendentes ou em curso na doca do arsenal.

Pelo Bloco de Esquerda, o deputado João Vasconcelos considerou que o arsenal é "um ativo nacional que está a morrer lentamente", apontando o dedo aos "sucessivos governos PS e PSD" e acrescentando que a passagem do arsenal para sociedade anónima, em 2009, foi "um erro histórico e o resultado está à vista".

"Somos trabalhadores essenciais, no início da pandemia estivemos sempre no estaleiro para que a Marinha tivesse os meios prontos e aptos para executar as suas funções. Daí a nossa tristeza e indignação por não nos terem pago o subsídio de natal na hora prevista", lamentaram. 

No passado dia 20 de novembro, o ministro da Defesa Nacional remeteu para a administração dos estaleiros navais do Arsenal do Alfeite a resolução da falta de verbas para pagar os subsídios de Natal aos mais de 400 trabalhadores, apontando que a empresa tem um problema financeiro estrutural grave "há cerca de 10 anos". 

Os órgãos representativos dos trabalhadores já enviaram um ofício a Gomes Cravinho pedindo a "intervenção urgente da tutela para que, em articulação com a administração, seja encontrada uma solução célere e duradoura para o financiamento desta entidade no curto e médio prazo".

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