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Senegal alerta para perigos de envolver privados no alívio da dívida

O ministro das Finanças do Senegal defendeu hoje que as economias mais fortes na região não devem renegociar a dívida com os credores privados, porqu o seu envolvimento será fundamental na fase da recuperação económica.

Senegal alerta para perigos de envolver privados no alívio da dívida
Notícias ao Minuto

15:52 - 26/11/20 por Lusa

Economia Covid-19

"Não há necessidade de forçar qualquer participação dos credores privados nos programas de reestruturação ou moratória da dívida, a nossa prioridade é manter a relação com os investidores privados porque eles serão parceiros fundamentais, a longo prazo, para colmatar o nosso défice de financiamento", disse o ministro da Economia e do Planeamento do Senegal, Amadou Hott.

Em declarações à agência de informação financeira Bloomberg, o responsável alertou que o envolvimento dos privados na Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI), como defendem o Fundo Monetário Internacional e o G20, pode ter o efeito contrário, porque os países garantem alívio agora, mas ficam depois arredados dos mercados internacionais.

O Senegal é um dos 46 países de baixo rendimento que aderiram à DSSI, que difere os pagamentos de dívida até junho do próximo ano ao abrigo do plano lançado pelo G20 com o apoio do FMI e do Banco Mundial, e que já garantiu alívio no valor de 5,7 mil milhões de dólares até agora.

Apesar de o continente africano ter escapado, até agora, a uma onda de Incumprimentos Financeiros ('defaults'), as consequências económicas da pandemia deixaram os cofres dos Estados vazios e ameaçam atirar milhões de pessoas para a pobreza.

A Zâmbia foi o primeiro país a falhar pagamentos de dívida aos credores privados, e com isso caiu em 'default' pelas agências de 'rating', o que, na prática, afasta o país da possibilidade de emitir dívida pública, dado o elevado montante de juros que lhe seria cobrado pelos investidores.

"Se tentarem arrastar o setor privado para esta iniciativa de alívio da dívida, teremos potencialmente um período adicional de tempo em que estes países perdem o acesso ao mercado privado de capital", confirmou o diretor de investimentos da Aberdeen Standard Investments, Kevin Daly.

As nações mais ricas, concluiu o ministro senegalês, deviam focar-se no aumento dos financiamentos concessionais, isto é, a taxas de juro abaixo das praticadas pelos mercados, para garantirem pelo menos 100 mil milhões de dólares anualmente e, por outro lado, aumentar os recursos do FMI para ajudar os países africanos a lidarem com a crise económica que atravessam.

África registou 332 mortes devido à covid-19 nas últimas 24 horas, alcançando um total de 50.628 vítimas mortais causadas pelo novo coronavírus, que já infetou 2.106.931 pessoas, mais 14.652 casos, segundo dados oficiais.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número de recuperados no mesmo período foi de 10.410, para um total de 1.781.744, nos 55 membros da organização.

O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito, a 14 de fevereiro, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsariana a registar casos de infeção, a 28 de fevereiro.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.415.258 mortos resultantes de mais de 60 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Leia Também: Senegal investiga doença de pele detetada em mais de mil pescadores

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