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Mário Ferreira acusa Cofina de "ameaças" e difamação a Media Capital

O presidente da Media Capital afirmou hoje que "diversos acionistas" do grupo "têm sido alvo de ameaças" e difamação e acusou a Cofina, que lançou uma OPA sobre a dona da TVI, de estar por trás dos ataques.

Mário Ferreira acusa Cofina de "ameaças" e difamação a  Media Capital
Notícias ao Minuto

21:44 - 24/11/20 por Lusa

Economia Mário Ferreira

"Fomos informados de que diversos acionistas têm sido alvo de ameaças e de campanhas difamatórias", afirmou Mário Ferreira, na primeira conferência de imprensa após ter sido eleito presidente do Conselho de Administração da Media Capital.

Quando questionado sobre o assunto, o gestor afirmou: "A difamação para quem lê comunicação social é relativamente fácil de ver, são alvos escolhidos, quase todos os presentes têm sido alvo de ataques do Correio da Manhã, da Sábado e menos, mas também, do Jornal de Negócios, não falando das revistas de especialidade colorida".

De acordo com Mário Ferreira, essas ameaças e difamação são "sempre originárias do mesmo grupo, sempre com a mesma intenção, sempre com mensagens de ou com tentativa de descredibilizar os acionistas ou os investidores de alguma forma".

E até ironizou com a situação: "Hoje disse à minha mulher, cá está o Correio da Manhã comigo com uma foto de um belo presunto".

Para o presidente da dona da TVI, trata-se de uma "uma tentativa de denegrir a imagem com fotografias não autorizadas, num ambiente familiar que as pessoas que conhecem não se inibem de tirar fotografias de menores e de publicar no Correio da Manhã, é inadmissível".

Sobre as ameaças, Mário Ferreira relatou que pessoas enviadas pelo Correio da Manhã "vão contactando algumas pessoas" a questionar se vão entrar no negócio, avisando que "é melhor não se meterem porque senão vão fazer parte da lista do que vai aparecer" no jornal.

"Temos que conviver com isso. Soube ontem [segunda-feira] de uma reunião de emergência do 'Estado-Maior' da Cofina onde foram dadas ordens específicas" para os títulos da Cofina preparem páginas no Natal "sobre a minha pessoa, o que é de lamentar", referiu Mário Ferreira, que tinha sido desafiado pelo presidente daquele grupo, Paulo Fernandes, a entrar no negócio da compra da Media Capital no ano passado.

"Várias pessoas aqui na mesa [membros do novo Conselho de Administração] têm enviado queixas à ERC [regulador dos media] sobre o que se tem passado, no nosso caso mais de 260 notícias elaboradas pelo grupo Cofina que até hoje, que se saiba, a ERC fez rigorosamente nada", disse, apontando que a intenção é "queimar em lume brando".

"Por acaso não contabilizei, mas ouvido o número das 260 noticias, o meu número deve triplicar em relação a essas notícias. Há certos orgãos que todos os dias têm três ou quatro relacionados com o meu trabalho, sempre de uma forma enviesada", acrescentou a diretora de entretenimento e ficção da TVI, Cristina Ferreira, acionista e desde hoje membro do Conselho de Administração da Media Capital.

"Temos que nos congratular pelo facto de sermos um grupo de acionistas portugueses, de pessoas que, neste momento, querem e muito que uma empresa portuguesa seja uma empresa de sucesso e, por isso, este tipo de notícias para nós, que estamos ali diariamente trabalhar, que queremos acima de tudo que o nosso trabalho seja reconhecido pelo mérito, pela verdade, seja livre de todas estas pressões e difamação que é imposto ao nosso trabalho a nível institucional e pessoal", disse a Cristina Ferreira.

Mário Ferreira sublinhou que, perante tantas incertezas, houve "investidores portugueses que não hesitaram em fazer parte deste projeto para salvar um dos maiores grupos de media do país".

Para "nós esta fase terminaria hoje, contudo a deliberação da ERC é muito grave", disse, na sua intervenção inicial.

"Estamos aqui a dar a cara por um projeto que aspira repor na liderança do audiovisual em Portugal de um grupo empresarial, de propriedade e capitais maioritariamente nacionais, que assegure o pluralismo e independência", sublinhou.

"Não nos escondemos atrás de ninguém, não procurámos capturar ou condicionar instituições, nem dispomos de jornais especializados em campanhas e ameaças. Vivemos num Estado de Direito e numa economia de mercado. Faremos valer os nossos direitos, não aceitamos nem pressões, nem ameaças, nem condicionamentos aos nossos direitos e liberdades como portugueses, como empresários e como investidores", asseverou o gestor.

Considerou ainda "inaceitável" que "haja pressões e condicionamento sobre os trabalhos" da assembleia-geral de acionistas, que decorreu hoje, "como aliás foi expressamente declarado e reconhecido por um membro da própria Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).

O membro do Conselho Regulador Mário Mesquita absteve-se na deliberação da ERC, tendo feito uma declaração de voto, explicando que tal "diz respeito à oportunidade de deliberar sobre este caso na véspera de uma assembleia-geral" do grupo Media Capital, "que pode ser entendida, mesmo que o seja erroneamente, como pressão sobre os participantes na referida" reunião magna.

"O condicionamento e a dualidade de critérios determinados pela deliberação da ERC implicam o risco de paralisação da atividade de um dos mais relevantes grupos de comunicação social do país, precisamente o contrário do que esta entidade deveria de fazer e promover", afirmou Mário Ferreira.

A deliberação "traz sérios prejuízos à empresa, desvaloriza as suas ações e acarreta graves consequências aos seus acionistas, que não deixarão de exigir as devidas responsabilidades", acrescentou o presidente da Media Capital.

"Aqui estamos com toda a legitimidade do novo Conselho de Administração", acrescentou.

"Estamos obrigados a trabalhar com a ERC, enquanto regulador setorial, mas queremos fazê-lo numa base frontal, direta e em diálogo franco, com boa-fé, livre de pressões, de decisões esdrúxulas e infundadas", sublinhou Mário Ferreira, que detém 30,22% da Media Capital através da Pluris Investments.

"A Media Capital reitera a sua intenção de recorrer a todos os meios legais ao seu alcance para fazer valer os seus direitos e exigir as devidas compensações dos reais prejuízos já causados ao grupo", concluiu.

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