"Justifica-se este esforço adicional. Este é um período de completa exceção", referiu o presidente da câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, justificando a decisão "com as contingências e dificuldades" provocadas pela pandemia da covid-19.

O autarca falava aos jornalistas após uma reunião camarária que decorreu por videoconferência, modelo adotado devido à pandemia do novo coronavírus, e na qual também foi votado e aprovado o orçamento para o próximo ano no valor de 231,5 milhões de euros.

Eduardo Vítor Rodrigues também anunciou apoios para famílias e empresas, num pacote final que será revelado "esta semana", disse o autarca, adiantando que uma das medidas será a antecipação da gratuitidade dos passes de transportes para jovens dos 13 aos 18 anos.

"O programa [de gratuitidade dos passes] para esta faixa etária estava desenhado para setembro [do próximo ano], mas justifica-se antecipar. Aguardamos dados da Autoridade dos Transportes para definir se a medida será aplicada já em janeiro ou mais tarde", explicou.

Questionado sobre valores, o autarca remeteu esses dados para após a conclusão do estudo que "está em curso" e definirá o mês -- se janeiro ou perto da Páscoa -- em que os jovens dos 13 aos 18 passarão a não pagar passe, sendo o custo assumido pela autarquia.

Eduardo Vítor Rodrigues também anunciou que está a ultimar um protocolo com a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) que visa "ajudar a financiar a fundo perdido a construção de esplanadas e a compra de aquecedores de rua" de forma a fomentar a atividade do comércio local no período de inverno e numa altura em que devido às covid-19 "são muitas as perdas dos empresários e negócios locais".

"Todo o dinheiro angariado na taxa turística será para medidas de apoio às atividades económicas. Vamos desviar a taxa turística para as atividades locais", revelou o autarca, anunciando, ainda, o apoio de 150 mil euros para associações culturais e de 100 mil euros para adaptação de instalações desportivas, desde que essas adaptações se prendam com necessidades decorrentes da pandemia como a redefinição de circuitos, entre outros exemplos.

Já no que diz respeito ao apoio a rendas sociais, Eduardo Vítor Rodrigues apontou que "comprovada a necessidade do inquilino", todas as rendas do universo Gaiub, ou seja as relacionadas com empreendimentos sociais geridos pela empresa municipal de Gaia, "serão reduzidas automaticamente", numa medida "não sujeita a reavaliação pela Segurança Social".

Esta tarde também foi anunciada a entrega de 200 computadores a escolas, o que faz um total de 1.600 computadores pagos pela câmara de Gaia desde o início da pandemia para usos dos estabelecimentos escolares.

"Resta saber se os professores, ao abrigo do programa do Governo, vão receber computadores ou não. Se isso não acontecer, mantemos o compromisso de atribuir a todos os professores de Gaia vão um portátil. Sabemos que muitos estão a utilizar meios próprios", disse o autarca.

Medidas como reforço da teleassistência para idosos ou a manutenção da linha de apoio de combate ao isolamento foram outras das anunciadas esta tarde, numa sessão camarária na qual o presidente da autarquia revelou que decidiu incluir no plano sobre reabilitação de escolas previsto para 2021, mais duas EB 2-3.

Em causa estão as escolas Diogo Macedo (Olival) e a Júlio Dinis (Grijó) que não estavam incluídas no plano inicial de obras e que se somam às requalificações já anunciadas na Secundária Gaia Nascente e na EB 2-3 Carvalhos.

"Para estas tínhamos já garantido fundos comunitários. Agora adicionámos, com orçamento próprio, mais duas escolas", referiu o autarca.

Eduardo Vítor Rodrigues anunciou, por fim, a criação de uma unidade de apoio à descentralização, composta por dois juristas e que vai estar adstrita aos agrupamentos de escolas e revelou que recebeu o visto do Tribunal de Contas para avançar com as obras programadas na Feira dos Carvalhos, Senhora da Saúde e VL3.

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