Maior desafio da pandemia à integração financeira do euro foi no início
O maior desafio à integração financeira da zona euro durante a pandemia de covid-19 ocorreu na fase inicial do surto, de acordo com um estudo hoje divulgado pelo Banco Central Europeu (BCE).
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Economia BCE
"Os indicadores mostram que o desafio mais significativo para a resiliência da integração financeira na zona euro aconteceu nas fases iniciais da crise da covid-19", pode ler-se num artigo do Boletim Económico do BCE hoje publicado.
Segundo o estudo, o crescimento da crise foi "especialmente severo em termos de desenvolvimentos de fragmentação antes do anúncio do PEPP [Programa de Compras de Emergência Pandémica", anunciado pelo BCE.
"Posteriormente, sinais sustentados de reintegração financeira emergiram à medida que foram feitos progressos numa resposta orçamental europeia conjunta, destacando os efeitos poderosos da coordenação de política monetária e orçamental", refere o artigo.
Segundo o documento hoje conhecido, "o indicador compósito da integração financeira mostra uma 'tormenta' em abril de 2020 -, mas a meio de agosto de 2020 ultrapassa os níveis vistos anteriormente à crise do coronavírus".
De resto, o estudo mostra um gráfico com o indicador de 'stress' sistémico, em que o pico de abril de 2020 supera o referendo do 'Brexit' (saída do Reino Unido da União Europeia) e a crise do 'subprime', mas abaixo dos picos durante a crise das dívidas soberanas e da falência do Lehman Brothers, o maior pico identificado.
"No entanto, a reintegração não é observada em todos os segmentos de mercado; nem todos os países da zona euro beneficiam dela ao mesmo nível", pode ler-se no estudo.
O artigo do BCE aponta também que "os mercados monetários têm sido um forte contribuidor para a retoma da integração financeira baseada em preços para os níveis do início de 2020".
"Para os mercados de obrigações de soberanos e empresariais, a tendência de reintegração estabilizou até agosto de 2020", segundo o estudo do BCE.
Já a integração dos mercados de capitais "demonstra caminhos divergentes entre os países e aumentou ligeiramente comparando com julho de 2020, mas permanece perto dos níveis pré-crise".
"Atualmente, a reintegração dos mercados financeiros da zona euro ainda é frágil e desequilibrada, e o regresso gradual à situação antes do surto de covid-19 depende do montante sem precedentes de estímulos monetários e orçamentais implementados", conclui o artigo, que sinaliza a possibilidade de novas ondas de infeção e novos confinamentos.
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