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Societé Generale acredita na estabilização de Cabo Delgado

O banco de investimento Societé Generale mostrou-se hoje confiante na estabilização da segurança em Cabo Delgado, norte de Moçambique, onde o banco é um dos que apoia o maior empreendimento privado de África, na área do gás.

Societé Generale acredita na estabilização de Cabo Delgado
Notícias ao Minuto

14:39 - 28/10/20 por Lusa

Mundo Moçambique/Ataques

"Pelo que conheço há muito tempo de Moçambique estou confiante em que a situação será estabilizada. As autoridades e os operadores [do projeto] estão a fazer tudo o que é necessário acerca desse aspeto", disse Katan Hirachand, dirigente da área de Energia no banco Societé Generale em Londres.

Aquele responsável falava durante a Cimeira de Gás Natural de Moçambique, que decorre hoje e quinta-feira através da Internet.

A insurgência no norte de Moçambique é um dos assuntos "no topo da agenda" de todos os envolvidos nos projetos de gás natural no país, disse Hirachand.

"Isso é um dos itens no topo de agenda: toda a gente quer um ambiente seguro para o projeto", referiu 

O banco presta aconselhamento ao maior projeto em curso, liderado pela Total na Área 1 do Rovuma (arranque de exploração previsto para 2014) e Hirachand respondia a uma pergunta sobre o risco que representam os ataques classificados como "terroristas" na área que rodeia o recinto.

O Societé Generale é também um dos bancos presente nos acordos de financiamento de 15 mil milhões de dólares (13,5 mil milhões de euros) arrecadados em julho para a construção do complexo industrial e infraestruturas associadas em Afungi.

Ronan Bescond, diretor-geral da Total em Moçambique, outro dos oradores no evento de hoje, referiu que "um ambiente seguro e uma rede de estradas robusta são pré-condições para o projeto [da Área 1] cumprir a promessa de catalisar o crescimento e desenvolvimento do distrito de Palma e do país".

A 24 de agosto, a Total anunciou uma revisão do memorando de entendimento com o Governo moçambicano para a operacionalização de uma força conjunta para proteção do projeto.

Em esclarecimentos à Lusa, a petrolífera francesa referiu que "a revisão do memorando de segurança reflete o aumento das atividades na fase de construção e a mobilização de uma maior força de trabalho".

Moçambique aprovou três projetos para exploração de gás natural ao largo da costa de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

Há dois projetos de maior dimensão que vão canalizar o combustível do fundo do mar para terra, exportando-o em estado líquido: um é liderado pela Total (consórcio da Área 1) e está a avançar para arrancar em 2024, sendo o outro um projeto ainda sem data de concretização da Exxon Mobil e Eni (consórcio da Área 4).

Um terceiro projeto de menor dimensão pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante que vai captar e processar o gás para exportação diretamente no mar, com arranque marcado para 2022.

A plataforma flutuante deverá produzir 3,4 mtpa (milhões de toneladas por ano) de gás natural liquefeito, a Área 1 aponta para 13,12 mtpa e o plano em terra da Área 4 prevê 15 mtpa.

Atualmente, o projeto da Área 1 é o maior investimento privado em curso em África, avaliado entre 20 e 25 mil milhões de euros, e o empreendimento com decisão de investimento pendente da Exxon Mobil e Eni tem dimensão semelhante.

Moçambique enfrenta uma crise humanitária na província de Cabo Delgado onde uma insurgência armada que dura há três anos já provocou entre 1.000 e 2.000 mortos e 435.000 deslocados.

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